No mundo de Caitlin, tudo é preto e branco. Qualquer coisa entre um e outro dá uma baita sensação de recreio no estômago e a obriga a fazer bicho de pelúcia. É isso que seu irmão, Devon, sempre tentou explicar às pessoas. Mas agora, depois do dia em que a vida desmoronou, seu pai, devastado, chora muito sem saber ao certo como lidar com isso. Ela quer ajudar o pai - a si mesma e todos a sua volta -, mas, sendo uma menina de dez anos de idade, autista, portadora da Síndrome de Asperger, ela não sabe como captar o sentido.
Caitlin, que não gosta de olhar para a pessoa nem que invadam seu espaço pessoal, se volta, então, para os livros e dicionários, que considera fáceis por estarem repletos de fatos, preto no branco. Após ler a definição da palavra desfecho, tem certeza de que é exatamente disso que ela e seu pai precisam. E Caitlin está determinada a consegui-lo. Seguindo o conselho do irmão, ela decide trabalhar nisso, o que a leva a descobrir que nem tudo é realmente preto e branco, afinal, o mundo é cheio de cores, confuso mas belo.
Um livro sobre compreender uns aos outros, repleto de empatia, com um desfecho comovente e encantador que levará o leitor às lágrimas e dará aos jovens um precioso vislumbre do mundo todo especial dessa menina extraordinária.
O livro conta a história de Caitlin, uma garotinha de 10 anos que têm síndrome de Asperger, essa síndrome é um estado do espectro autista, geralmente com maior adaptação funcional, pessoas com este problema são socialmente inábeis e possuem interesses obsessivos em certos assuntos. O irmão é a pessoa que melhor entende ela e tenta ajudá-la a captar o sentido das coisas. Além de suas limitações ela também precisa lidar com a exclusão e a incompreensão das pessoas diante do seu problema. Apesar de tudo isso ela luta para superar seus limites, às vezes acha que aquilo não vai fazer bem, mas como sua psicóloga está recomendando ela tenta.
Fiquei encantada com esse livro, é um daqueles que pensei: por que não li antes? É mais um daqueles que eu pensei: o mundo precisa conhecer esse livro. Então estou aqui para divulgá-lo. A Caitlin me conquistou, com certeza gostaria de ser amiga dela, ah! Mas têm síndrome de Asperger, sim, ela têm, mas também têm muitas qualidades, quais? Com apenas 10 anos ela é a melhor desenhista do estado, mas nada de coisas coloridas, as cores são confusas e imprevisíveis, então só preto e branco. Caitlin também sabe ler muito bem, ler livros avançados como os universitários e um dos seus preferidos é o dicionário.
Às vezes eu leio os mesmos livros uma vez atrás da outra. O bom dos livros é que as coisas do lado de dentro não mudam. As pessoas dizem que não se pode julgar um livro pela capa, mas isso não é verdade porque a capa diz exatamente o que tem dentro. E não importa quantas vezes você leia aquele livro as palavras e imagens não mudam. Você pode abrir e fechar os livros um milhão de vezes que eles continuam os mesmos. Têm a mesma aparência. Dizem as mesmas palavras. Os gráficos e ilustrações são das mesmas cores. Livros não são como pessoas. Livros são seguros.
O livro não apresenta diálogos separados de forma tradicional, não têm os hífens, com isso o leitor precisa ter um pouco mais de atenção (embaixo têm um exemplo). Para Caitlin as emoções são difíceis de decifrar, ela nem sempre consegue perceber se a pessoa está feliz, triste. Isso é um dos fatores que a atrapalham na hora de fazer amigos, as pessoas também não sabem lidar com ela, então acabam se afastando dela. Caitlin é ingênua e não vê maldade em quase ninguém, então não percebe que não a querem por perto.
Me fale dos seus amigos. Meu Dicionário. Minha tevê. Meu computador. A Sra. Brook faz que não com a cabeça. Eu estou falando de pessoas e de aprender a se relacionar com elas. Eu sei fazer isso. Eu as deixo em paz. Não desse jeito. Mas é isso que elas sempre me dizem — me deixa em paz. Caitlin vai embora — então eu estou dando atenção ao que elas dizem e também fazendo o que pediram portanto estou sendo gentil.
É um livro singelo, tocante, cativante e ensina empatia. Conseguiu mostrar como algumas coisas que são simples para nós, pode não ser assim para o outro, que se colocar no lugar do outro faz diferença, ajuda a entender melhor algumas situações. Ao ser gentil com o outro você pode melhorar o dia dele e até o seu.
A empatia não é tão difícil quanto parece porque muitos dos sentimentos das pessoas são os mesmos. E isso ajuda a compreender os outros porque aí a gente pode realmente se preocupar com eles de vez em quando. E ajudá-los. E ter amigos. Como Michael. E fazer alguma coisa por eles e fazer com que se sintam tão bem quanto a gente está se sentindo.
O motivo pelo qual Kathryn escreveu esse livro é maravilho, recomendo que leiam a nota da autora e também a parte que fala sobre a autora, é um livro que vale ler cada detalhe.
Tentativa de avaliar o quanto nossas vidas poderiam ser diferentes se compreendêssemos melhor uns aos outros.
Ele me lembrou outro livro que também me conquistou, o Extraordinário, que têm várias lições, que todo mundo precisa ler e o Auggie me encantou tanto quanto a Caitlin, além disso as duas autoras trabalham para que ocorra a inclusão. Então se ainda não leram, vocês precisam ler esses dois livros.
TÍTULO: Passarinha
AUTORA: Kathryn Erskine
EDITORA: Valentina
PÁGINAS: 224
ANO: 2013
ONDE COMPRAR: Amazon
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