Title: [DDS NA CCXP] SEGUNDO DIA: SPOCK, MILLA E O DIA EM QUE NÃO ABRACEI NATALIE DORMER
Author: Diário de Seriador
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A Comic Con é um evento engraçado: por mais que você esteja sozinho você acaba não estando sozinho. As vezes é melhor você estar mais ...
A Comic Con é um evento engraçado: por mais que você esteja sozinho você acaba não estando sozinho. As vezes é melhor você estar mais livre para fazer no evento aquilo que gosta, então, na sexta feira, segundo dia de CCXP, eu fui ao evento absolutamente sozinha. Acordei cedo e me direcionei a fila do Cinemark para assistir aos painéis que eu tanto queria naquele dia.
Foi na fila que descobri o mais maravilhoso desse evento: seus participantes. Eu estava pronta para esperar horas na fila sozinha e ver os painéis também sozinha, o que não aconteceu. Todos na fila puxavam assunto, conversavam e, se você estivesse sozinha, logo acabava sendo incluída em algum grupo e não existia sensação alguma de isolamento. Como uma grande família amante da cultura Geek, ali existe muita união e um sentimento mágico de todos estarem ali juntos para ver seus ídolos.
Descobri logo que não cheguei cedo o suficiente pois já tinha muita gente na fila e eu, claro, acabei não pegando um dos melhores locais do auditório, mas minha visão também não era inteiramente ruim, eu poderia sobreviver. Mas, com toda a certeza, eu não estava - como fã- preparada para o primeiro painel.
Adam Nimoy abriu a sexta feira da Comic Con com aquele que se tornou um dos meus painéis xodós. Adam nos falou um pouquinho de como foi produzir parte ao lado do pai, Leonard Nimoy, e parte pós seu falecimento, o documentário "For The Love Of Spock" que inicialmente focaria no personagem vulcano "Spock" da série clássica de "Star Trek" mas que, após o falecimento de Leonard se tornou algo também para homenagear aquele ator que ajudou a mudar o curso das séries de ficção científica.
Eu descobri rapidamente que algumas poucas pessoas ao meu redor não estavam ali para ver este painel, afinal, algumas delas aproveitaram a exibição do documentário para...dormir. Eu não estava preparada para ver o documentário completo e isso se fez claro quando, em meio esse pequeno grupo de pessoas que dormia, eu estava em lágrimas relembrando um dos meus ídolos. Eu olhei ao redor um pouco mais a fundo e vi as quase 3.000 pessoas lá dentro tão emocionadas, seja pelo documentário ou pelo fato de estarem ali, quanto eu. E isso fez tudo parecer ainda mais bonito. Mais lágrimas. Ainda não sei o que estava acontecendo comigo naquele dia.
O documentário em si é fantástico. Entender a importância de Spock não apenas para Star Trek mas para toda produção de sci fi é mágico. A forma de narrativa que conta com cenas da série original, dos filmes de J.J Abrams que Nimoy participou, como ele foi importante para os atores que hoje interpretam no cinema os nossos tão amados personagem é encantadora. Recentemente a editora Globo publicou um livro sobre os 50 anos de "Star Trek" e muito do que é falado lá sobre a série, é visto no documentário também (se quiserem ler a resenha do livro basta clicar aqui). A propósito, a leitura complementa bem o documentário, indico muito para quem gostou d documentário e vice-versa.
Talvez uma das coisas mais encantadoras desse painel tenha sido ver como o relacionamento de Adam e Leonard nem sempre foi fácil, mas o quanto ele amava o pai e queria honrá-lo de alguma forma. Adam é, acima de tudo, amante da saga já que foi praticamente criado nos sets de gravação, então temos a visão de filho e fã e, acreditem, ela é fascinante. Adam disse que em momento algum, nem mesmo depois da morte do pai, pensou em desistir de levar esse projeto a diante. Pelo contrário, quando Leonard morreu, ele apenas teve a certeza que esse documentário deveria sair e o que legado de seu pai deveria ser ainda mais imortalizado de alguma forma.
Com um "Vida Longa e Próspera" em português mesmo, Adam encerrou seu painel de forma magnífica e ver quase todas as mãos no auditório se levantando para prestar o tão amado cumprimento vulcano é algo que dificilmente esquecerei. Se você quiser assistir "For The Love Of Spock" o documentário já está presente na Netflix!
Se as aquelas poucas pessoas estavam dormindo no painel anterior, no que se seguiria o auditório estava pegando fogo. Milla Jovovich (mais conhecida como uma das razões da minha existência) entrou no palco acompanhada pelo marido e diretor Paul W.S. Anderson para falar de Residente Evil 6: O Capítulo Final.
Milla ficou emocionada com a receptividade do público e já entrou gravando a reação da platéia que, em pé, gritava o nome da estrela da franquia. E, para deixar o público ainda mais animado foi exibida uma pequena cena do filme, a sequencia de uma das cenas vistas rapidamente no trailer, onde Alice chega em Raccoon City e sofre uma emboscada pelos agentes da Umbrella Corporation. A cena possui as cenas de lutras clássicas da Alice durante toda a franquia e mostra que, mesmo depois de tanto tempo, os escritores não perderam a mão e que Milla ainda é completamente Alice. Depois da reação insana do presentes do painel sobre a cena exibida, Milla apenas disse "Eu estou chorando' .
Falando um pouco sobre a franquia e sobre o porque demorar tanto tempo para fazer a sequencia, Paul brincou "Nós não queríamos ter demorado tanto, mas alguém engravidou a atriz principal..." e todos caíram na gargalhada. a relação dos dois que ultrapassa as telas parece ser o mais saudável possível. "Ele acorda às 4h30 para escrever e eu, obviamente, acordo também, porque ele fica ao meu lado. Ele sonha e levanta para escrever [...] Se eu acordo e ele não está do meu lado eu já sei que tem novo filme de Residente Evil vindo por aí", disse Milla que também brincou com o fato do casal falar de Residente Evil o tempo todo. "Residente Evil é nosso assunto na mesa de café da manhã". Milla também frisou que Alice é uma das suas personagens favoritas e que, de certa forma, ela cresceu junto com a personagem, mas que fisicamente (especialmente depois de dois filhos) está ficando cada vez mais difícil interpretá-la.
Se você está curioso, assim como todos nós, sobre como será o capítulo final da franquia, Paul disse que o novo filme vai começar onde terminou o quinto filme, com Alice em Washington buscando uma cura num apocalipse completo "É o fim do mundo", diz Paul. Foi interessante também ver o produtor falando de como tudo começou pequeno, com orçamento limitado também, e como a franquia cresceu. Paul lembrou que no primeiro filme eles fizeram a filmagem num local pequeno e limitado e no restante da franquia eles saíram para sets externos e para o mundo, como um todo. Eles buscaram remeter este último filme da franquia ao primeiro, levando Alice novamente de volta a Raccoon City numa espécie de círculo: tudo começou em Raccoon City e deve terminar lá. "A Alice vai finalmente descobrir quem ela realmente é e a identidade da rainha vermelha será revelada", disse Paul.
Milla, que estava numa luta pesada contra o fone de ouvido para tradução e que estava mais interessada em acenar para o público, mandar beijos e dizer "Eu te amo" para todos que conseguia do que no painel sem si, também falou da importância de representar Alice e personagens femininas fortes. “Sinto uma conexão com a personagem, fico feliz em interpretar uma mulher forte, que não depende da aparência [...] Alice toma decisões, é destemida e tem honra, qualidades que uma mãe, como eu, deve ter. Claro que não sou louca como ela, mas sim, ela faz parte de mim”.
Questionada se Alice poderia levar uma vida normal como sempre sonhou ou se seria uma guerreira para sempre, Milla mal deixou Erico Borgo terminar para responder logo "Guerreira. Não imagino ela fazendo panquecas no café da manhã. Ela sempre vai ser uma guerreira". E ao som de "Milla, Milla, Milla" ambos deixaram o auditório com um público que estava, com toda certeza, ainda mais apaixonado pela atriz do que já era antes. Eu sei que eu estava.
Agora, vamos conversar um pouco sobre dilemas da Comic Con: Ficar no auditório Cinemark ou sair dele e ver com estavam as coisas lá fora? Fiquei nessa discussão interna durante muito tempo e, ainda pensando nisso, fui comprar algo para comer (calma, a relevância desse fato já chega na conversa) quando, na fila, finalmente encontro um rosto conhecido, bem, conhecido pessoalmente pela primeira vez mas ainda assim conhecido. Encontrei ali o Daniel do Cinéfilo em Série, que eu não havia conseguido encontrar no primeiro dia e, acreditem, ele é uma das pessoas mais amáveis que já conheci. Nossa conversa foi rápida pois, nesse meio tempo, eu havia decido deixar o painel e ir para a feira e o Dani continuaria nos painéis do Cinemark.
Um ponto negativo da CCXP: A internet sempre te deixará na mão. Eu tentei entrar em contato com todas as pessoas do mundo que estavam na CCXP sem sucesso por um bom tempo. Dei uma volta pela feira até me lembrar de um fato: Natalie Dormer ainda estaria na sessão de fotos naquele dia. E como o Edu do Cinemagens, que estava ajudando o Dani na cobertura do Cinéfilo em Série, não conseguia parar de falar de como havia encostado na mão de Natalie Dormer, eu pensei "Porque não tentar a sorte?". Então fui fazer minha vigília em meio a um mar de fãs que, aparentemente, queriam o mesmo que eu. E foi parada ali que consegui sinal para avisar o Edu onde eu estava, onde ele foi encarecidamente me encontrar. Depois de anos e uma saga absurda de desencontros, eu conheci o Edu pela primeira vez e, não sei como ele não saiu correndo depois de ver meu surto de fangirl, mas essa é uma história um pouco mais para frente. Ele foi meu companheiro de CCXP deste dia até o último, obrigada Edu.
Não havia somente Natalie Dormer na sessão de fotos. E, assim, eu vi Mark Pellegrino pertinho de mim pela primeira vez. Eu estava próximo a um mar de pré - adolescentes com uma garganta invejável para gritar. Eu ouvi, Mark ouviu e, muito provavelmente, você também ouviu os gritos. E o ator foi lá dar um "oi" e um abraço nos fãs.
Depois do Mark, o produtor Jim Michaels de Supernatural também foi dar um "olá" para a galera que estava tão empolgadamente gritando na grade. Spoiler: não pode se pendurar na grade. Spoiler dois: Você não se lembra disso quando Natalie Dormer aparece em seu campo de visão. Quando ela apareceu, toda rainha, toda bonita, toda amor, todos começaram a gritar (e eu também, obviamente). E ela ouviu. E ela veio até os fãs. Existiam algumas fileiras de fãs para ela cumprimentar e, aparentemente, ela não se importava com isso. Natalie foi, da forma mais doce possível, de fã em fã, beijando e abraçando cada um, lembrando de como ela estava fascinada por isso. Eu podia praticamente tocar nela a essa altura, ela estava a apenas uma fileira de distância da parte de maior concentração de fãs e, por consequência, da parte onde eu estava. E, então, quando ela estava indo em nossa direção...ela não foi. Ela deu meia volta e saiu para os seus aposentos (imagino eu). Eu não conseguia - ainda não consigo - me conformar com o que tinha acontecido. Ainda bem que tenho os relatos do Edu para imaginar como é pegar na mão de Natalie Dormer, ufa. Mas sou mais do que grata por ter visto essa mulher de perto. Grata de verdade.
Passado o vácuo de Natalie Dormer, eu fui com o Edu dar mais uma voltinha na feira antes de irmos para casa. E, finalmente, eu consegui dar uma entrada do stand de Game Of Thrones, mas não na parte da foto no Trono de Ferro, apenas na parte que continha os vestuários utilizados na série e, acreditem, aquilo já valeu minha vida inteira.
Não se preocupem, após eu deixar o auditório Cinemark teve mais alguns painéis e você pode ver o conteúdo deles aqui. Assim eu encerei meu segundo dia na CCXP e o dia seguinte seria um dos mais aguardados por mim. Evanna Lynch e James Gunn viriam para me provar: A Comic Con é realmente um mar infinito de sentimentos onde é maravilhoso se afogar.
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