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Leandro Cruz Leandro Cruz Author
Title: [FILMES] CRÍTICA #70 - DOUTOR ESTRANHO
Author: Leandro Cruz
Rating 5 of 5 Des:
E chegamos ao último filme de super-herói do ano! E foi um ano cheio, tivemos sucessos, tivemos decepções, filmes esquecíveis e filmes c...

E chegamos ao último filme de super-herói do ano! E foi um ano cheio, tivemos sucessos, tivemos decepções, filmes esquecíveis e filmes controversos. E agora temos Doutor Estranho! 


A escolha de Benedict Cumberbatch para o papel foi aquela aposta certeira, aquela bola de segurança que você faz pra garantir pontos. Ele já é um grande Sherlock, para ser um grande Stephen Strange só pouco teria de ser mudado. Infelizmente mudaram muito. O tom sarcástico do detetive inglês cairia muito bem em um dos mais sérios personagens da Casa das Ideias, mas ao inserir o já corriqueiro humor de seus filmes a mão acabou pesando. Tem piadas boas, algumas com um tempo perfeito como a cena em que Wong está ouvindo Beyoncé, mas algumas ficam forçadas. A cena em que a Capa de Levitação puxa ele é boa em um primeiro momento, mas ela dura mais do que deveria.


A trama gira em torno de duas histórias: o arrogante médico Stephen Strange sofre um acidente que faz com que o movimento de suas mãos seja limitado e com isso ele perca sua função no mundo. Isso vai fazer com que ele conheça a magia e como ela existe em nosso mundo. Ao mesmo tempo temos a história de Kaecilius, um mago que se volta para o lado das trevas e pretende dar à Dormammu (um ser ultra-poderoso da Dimensão Negra) acesso ao nosso mundo.


Um dos fatores que me fez gostar de Kaecilius como vilão foi o fato de ele ter um "chefe". Ele não está fazendo tudo sozinho, existe um interesse maior por trás. Além disso, fugir do padrão vilão idêntico ao herói foi interessante. Ok, poderes similares, mas foi o mais diferente possível. Aparentemente deixaram o vilão=herói para o segundo filme...


Outro ponto positivo para o filme são os personagens secundários. Apesar das críticas à escolha de uma mulher branca para representar um senhor asiático, é inegável a qualidade de Tilda Swinton. Além disso, dar esse caráter dúbio à Anciã foi uma boa sacada. Wong então já mostrou uma importância maior até do que nas HQs, mas já se coloca como um parceiro de Strange. Enquanto Mordo se tornou o que qualquer conhecedor do personagem sabia que ele ia se tornar. Mesmo para aqueles que o conheceram no cinema, foi possível ver os fatores que levaram à isso. Interessante ver um vilão ser construído com cuidado e não na primeira meia hora do filme.


A "batalha" final com Dormammu foi ótima! Se é que podemos chamar aquilo de batalha. Escapada genial para um vilão poderoso e que não seria derrotado no corpo-à-corpo. Que bom que ele não é um nuvem gigante...Importante citar que o filme termina de maneira interessante: Strange não está pronto. Ele não é o Mago Supremo, além de não comandar completamente o Olho de Agamotto. Isso deixa um gancho de crescimento pendente. A falta do controle sobre a joia facilita a compreensão de como Thanos irá se apoderar dela. A cena com Thor já deixa entender que a Terra tem um novo protetor. E ele não gosta de visitantes.


O Padrão Marvel de filmes é algo que já está consagrado. Eles vem tentando, bem de leve, inserir ideias novas, mas a clássica formatação da Jornada do Herói se mantém. Talvez não tenha muito para onde fugir ao se tratar de um filme de origem.  Porém mesmo assim algumas coisas ficam repetitivas. De qualquer forma vejo Doutor Estranho como um dos melhores filmes de origem da Marvel, talvez um dos melhores filmes desde Guardiões da Galáxia. O que diz muito.

NOTA: 8,5
09 Nov 2016

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