O Doutor leva Romana para um feriado em Paris – uma cidade que, como um bom vinho, tem uma variedade própria. Especialmente quando você a visita durante um dos anos clássicos. Mas a TARDIS os leva para 1979, um ano de boa safra, coberto de rachaduras – não nas suas taças de vinho, mas na própria fábrica do tempo.
Não é preciso muitas palavras para descrever o que Douglas Adams consegue fazer em um livro, o Guia do Mochileiro das Galáxias está aí pra provar isso. E A Cidade da Morte é mais uma prova que Adams pode ser maravilhoso, mesmo escrevendo apenas sobre as apaixonantes ruas de Paris.
Não é a primeira vez que venho aqui escrever sobre algum livro de Doctor Who, e, se tudo der certo, não será a última e, como todo livro, ou até mesmo, toda a história que Doctor Who nos apresenta, fica impossível não haver loucuras, ficção cientifica da mais pura e, claro, diversão.
A cidade da morte começa falando sobre o fim de uma espécie - os Jagaroth, o que me remeteu, claro, ao próprio Doctor que, não ainda, mas futuramente, seria o último de sua espécie, assim como Scaroth.
Após, temos alguns relances da vida de personalidades famosas da história mundia, como, por exemplo, Leonardo da Vinci. Fica claro ao leitor que se trata de uma história pensada para a televisão, afinal de contas A cidade da morte é um dos episódios mais famoso da série e esses "saltos" de enredo me fizeram imaginar a tela da televisão.
Claro que ficamos confusos com o começo da história, mas acredito que, até hoje, em minha vida de whovian, eu nunca comecei um episódio de Doctor Who sem estar confusa - bom, fora as continuações (algumas vezes).
Aqui vai um problema que eu tive durante a leitura: visualizar os personagens. Me acostumei com Doctor Who de 2005 e suas companheiras, mas o Clássico Who, como é chamado pelos fãs, tem uma atmosfera diferente. Não é menos maravilhoso ou magnífico. Eu não deixo de amar menos o personagem, mas minha imersão em sua realidade é mais lenta, do que se fosse uma história com o Ten ou o Eleven, por exemplo.
O Doutor e a Romana estão de férias e decidem aproveitá-las em Paris, no ano de 1979. Paris, por si só, pode ser encantadoramente problemática, agora, imagina se tratando de dois Time Lords no meio? Claro que férias seria a última coisa que aconteceria com eles.
Como em qualquer história de Doctor Who, o que era para ser um dia calmo e tranquilo transforma-se em uma grande aventura quando alguns eventos começam acontecer e o Doutor acredita que há rachaduras no tempo (cof cof, quinta temporada do New Who, cof cof). Mas, como um dos meus episódios preferidos, Blink, o Doctor não é o personagem central dessa trama.
O que temos é uma aventura que não é tão complexa, mas é uma clássica história de Doctor Who envolvendo um roubo a Monalisa, (ou sete), um Conde (ou onze), um policial que me lembrou o Inspetor Clouseau (sim o a pantera cor de rosa) e o fim do mundo - o que não é realmente uma grande novidade em Doctor Who.
Meu lado fangirl não consegue colocar defeitos em algo que, além de ser de Doctor Who, é de Douglas Adams então eu simplesmente recomendo a leitura a todo fã da série. Sim, como todos os livros que a Suma de Letras vem publicando aqui no Brasil, A cidade da morte, vale a pena ler! É como ter um episódio no bolso e em sua estante.
AUTOR: Douglas Adams
NÚMERO DE PÁGINAS: 280
EDITORA: Suma de Letras
LANÇAMENTO: 2015