– O que Heartbeat nos tem a oferecer? A nova série médica da NBC estrelada por Melissa George, uma velha conhecida de nós...
– O que Heartbeat nos tem a oferecer?
A nova série médica da NBC estrelada por Melissa George, uma velha conhecida de nós seriadores, não tem como proposta ser algo revolucionário dentre os dramas do gênero. É certo que muito dali lembra shows consagrados, principalmente Grey's Anatomy - pela promo já era visível que até a estrutura do St. Matthew's, hospital onde se passa a série, parecia um mini Seattle Grace. A questão que fica é a seguinte: a série quer se assemelhar à veterana da ABC?
Digo que não e aponto os motivos: Alex Pantierre tem uma interação maravilhosa com sua família, é realizada como profissional, tanto que chega em alguns pontos a parecer politicamente incorreta. No entanto, tudo é muito bem dosado, o que mostra a personagem como uma forte candidata a ganhar empatia do público. Outro ponto positivo é que ela já chega até nós pronta: tem filhos, um ex-marido (que é gay), um namorado e uma relação de gato e rato com um velho conhecido. Logo, temos uma personagem na qual se é preciso explorar e não "construir", como foi o caso da obra de Shonda Rhimes.
Falando de personagens, como a proposta da série é basicamente o dia a dia da Dra. Pantierre, não houveram muitos destaques para outros personagens nesses dois episódios e não acredito que isso vá mudar, pelo menos não nesse início. Justamente por isso a série pode se perder explorando apenas a protagonista e afastar seu público, mas isso depende muito. House, por exemplo, conseguiu esse feito e todos sabemos que o resultado foi maravilhoso. No que remete ao meu gosto, não acho que esse deveria ser o caminho que a série devia tomar.
Dr. Pierce e Dr. Jesse serão claramente o grande desafio da vida amorosa da personagem principal e isso está na cara desde o início. Na vida profissional temos Millicent Silvano, que funciona como uma antagonista no que se refere à política do hospital, estreitando as coisas para a nossa super médica. No mais, o cast do hospital parece ser bem completo com uma enfermeira, um psicólogo e até um médico que serve de alívio cômico para as horas vagas.
Por último, gostaria de responder a pergunta inicial mostrando o melhor que a série fez até aqui: seus casos. Se no piloto tudo soou clichê, partindo do ponto que a depressão do ex-namorado da moça foi jogada na nossa cara num instante e logo em outro ele já havia se suicidado para salvá-la, no segundo episódio tivemos uma bela surpresa ao sermos apresentados a todo o drama de irmãs siamesas com problemas diferentes, em que a opção mais viável seria as duas se separarem. Foi uma bela surpresa como tudo foi bem apresentado, ao ponto de nos conectarmos com o caso de uma forma maravilhosa! Justina Machado deu um show interpretando as gêmeas. Espero que na medida em que a série for avançando, continue trazendo casos como esse e nos fazendo gostar ainda mais dessa novata que não é isenta de clichês, pelo contrário, mas sabe trabalhá-los muito bem.
Ps: Pela promo do próximo episódio tudo indica que os casos bons continuam.