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Livro cedido pela Editora Aleph |

O que aconteceu depois da destruição da segunda Estrela da Morte? Qual o destino dos remanescentes do Império Galáctico e dos antigos Rebeldes, agora responsáveis pela fundação da Nova República? Marcas da guerra é o primeiro livro do cânone oficial a mostrar o que acontece depois do clássico Episódio VI: O retorno de Jedi, dando pistas sobre o que podemos esperar da nova trilogia que se inicia com o O despertar da Força, a ser lançado nos cinemas em dezembro. Nesse novo panorama galáctico, vamos descobrir que a guerra ainda não chegou ao fim… e que os traumas deixados por ela ainda serão sentidos por muitos e muitos ciclos. Capitão Wedge Antilles, almirante Ackbar, almirante Sloane, o garoto Temmin e a mãe, Norra Wexley, a caçadora de recompensas Jas Emari, o antigo agente imperial Sinjir: novos personagens e velhos conhecidos dos amantes da saga, que sempre estiveram envolvidos na luta, agora devem escolher o lado a que deverão jurar lealdade. Deverão colocar-se ao lado da Nova República, procurando estabelecer um novo governo democrático na galáxia? Ou juntar-se às fileiras imperiais, na tentativa de voltar ao poder absoluto depois das mortes dos lordes Sith Palpatine e Darth Vader?

Como é de conhecimento de muitos, eu sou EXTREMAMENTE fã de Star Wars, logo, quando este livro foi anunciado eu automaticamente criei uma expectativa muito grande sobre ele. O que tende a ser um problema quando se trata de livros, pois expectativas altas tendem a não serem recompensadas. Estava errada. O livro conseguiu atingir todas as minhas expectativas e, principalmente, cumpriu seu papel de deixar as pessoas curiosas sobre o Episódio VII de Star Wars, lançado em dezembro, e também para a sequencia dos livros que virão.
Star Wars: Marcas da Guerra é o primeiro volume da trilogia Aftermath escrita por Chuck Wendig e a história se passa alguns meses (6, se não estiver enganada) após a Batalha de Endor, onde a Segunda Estrela da Morte foi destruída e o Imperador Palpatine foi morto, assim como o Lord Sith Darth Vader.
“Aqui é Leia Organa, a última princesa de Alderaan, ex-integrante do Senado Galáctico e uma líder da Aliança para Restaurar a República. Tenho uma mensagem para a galáxia. O domínio do Império sobre nossa galáxia e seus cidadãos acabou. A Estrela da Morte próxima á lua florestal de Endor foi destruída levando com ela a liderança imperial. O tirano Palpatine está morto".
A questão central do livro e decisiva para a toda a trama é a instabilidade politica que passa a reinar na galáxia. A queda do sistema de governo vigente gerou um caos generalizado e é importante entender que a destruição da Estrela da Morte não significou exatamente o fim do império. A Nova República busca uma forma de se tornar definitivamente o novo governo e instaurar a paz na galáxia, ao mesmo tempo que o Império está tentando se reerguer para voltar a ter o domínio. E, além de tudo, a população está perdida e dividida. Alguns duvidam que a Estrela da Morte foi destruída, outros apoiam a Nova república, outros sentem falta da “organização” que o Império lhes fornecia...é tudo muito vago e você consegue sentir o clima de dúvida e medo que envolve toda a população.
O Capitão Wedge Antilles, antigo conhecido nosso que esteve presente nas destruições das Estrelas da Morte, parte em missão aos planetas do Anel Exterior em busca de locais com resistência imperial. Chegando no planeta Anika ele, por acidente, se depara com uma grande reunião dos principais líderes imperiais atuais. Quando Wedge acaba por ser capturado, sua mensagem de aviso sobre que estava acontecendo em Anika é interceptada pela também piloto da Nova República, Norra Wexley, que estava no planeta para rever seu filho, Temmin.
A maior parte da trama se desenvolve ao redor de Norra, Temmin, Jas Emari (uma caçadora de recompensas que tem como missão matar os principais lideres imperiais) e Sinjir Rath Velus (um desertor do Império após a Batalha de Endor) onde estes, juntos, tentam salvar o Capitão Antilles. Como uma das representantes o Império, e a maior vilã na trama, temos a Almirante Rae Sloane, que foi a arquiteta do encontro imperial para que estes lideres pudessem juntos encontrar a melhor forma de o império retomar o poder.
O livro, a principio nos apresenta um mar de personagens novos e é fácil se afogar. Alguns personagens aparecem em um capítulo e não são mais citados (acredito que tenha sido uma estratégia para usá-los nas obras sequenciais) e outros como Norra e Temmin nos acompanham por todo o percurso. A obra conseguiu, por sua vez, fazer aquilo que os filmes de Star Wars sempre fizeram: você se apegar aos personagens. Você acaba pegando empatia por eles e até mesmo pela vilã (não que seja novidade nós gostarmos dos vilões quando falamos de Star Wars). Porém, o núcleo dos Rebeldes neste livro me ganhou de uma maneira maravilhosa.
A parte de ação e guerra propriamente dita ocorre em Anika, onde podemos matar a saudade dos amados TIE fighters e speeders bikes e também dos nossos velhos planetas conhecidos, como Tattooine, Coruscant, Naboo e Jakku. Os personagens clássicos que aparecem (e somem na mesma velocidade) são Han Solo e Chewbacca, que partem em uma missão para libertar um planeta bem especial do domínio imperial (um plot que eu acredito que ainda será abordado pelo autor nas continuações).
Temmin, com seus 15 anos, tem bons conhecimentos em robótica e administra uma loja de peças contrabandeadas e acaba por construir o Sr. Ossudo (maestro do livro que me cativou desde o começo) e, embora eu mesma tenha colocado em minha cabeça que ainda é muito cedo para tal associação, não consegui evitar que lembranças de Anakin invadissem minha mente por um curto espaço de tempo (eu sei, eu sei, não me julguem).
Sobre debates recentes no livro: Primeiramente, o tema homossexualidade foi trabalhado na forma de um casal de lésbicas e, também, foi assumido de forma inesperada por um dos personagens centrais do livro. E o melhor, o autor não faz estardalhaço algum para falar sobre o assunto, exatamente como deve ser. Pode parecer algo pequeno mas não é, ver temas relevantes socialmente sendo trabalhados numa obra clássica como Star Wars é realmente algo maravilhoso. Falando sobre força feminina, temos personagens extremamente fortes, inteligentes e corajosas que podemos amar sem medo, pois vale a pena do começo ao fim. E todas elas são extramente bem desenvolvidas durante a narrativa com todos os seus problemas, preconceitos, cobranças e, principalmente, a garra que as move.
O livro termina com gostinho de quero mais e eu, sinceramente, mal posso esperar pela continuação da trilogia. Para ver mais destes novos personagens que eu aprendi a amar em tão pouco tempo, e quem sabe, encontrar nossos velhos conhecidos por ai.
Que a força esteja com você.
AUTOR: Chuck Wendig
NÚMERO DE PÁGINAS: 404
EDITORA: Aleph
LANÇAMENTO: 2015