
A tripulação da nave Nostromo é despertada antes do tempo de seu sono criogênico. Misteriosos sinais vindos dos confins do espaço são recebidos pelo computador de bordo, e a equipe é acionada para investigar um planeta desconhecido. Um tripulante é atacado por uma forma de vida estranha, e esse pode ser o início de uma história pior que os mais terríveis pesadelos da humanidade. (Via Skoob).
Estamos acostumados com a dinâmica Livro- Filmes, porém, Alien pega uma rota inversa e a obra literária é escrita posteriormente a cinematográfica, e tem uma riqueza de detalhes que é uma maravilha de se ler. Alien- O Oitavo passageiro, lançado no final da década de 70, é um dos mais importantes e cultuados filmes de ficção científica e o livro não fica nem um pouco a desejar.
A nave Nostromo seguia em sua missão de buscar petróleo nos confins do espaço (o quando falta para chegarmos a este ponto?), com seus sete tripulantes: Dallas (líder da missão), Lambert e Ripley (extração de petróleo), Brett e Parker (manutenção da nave), Kane (supervisor da missão), Ash (cientista) e, é claro, o gato Jones. Os passageiros, durante a viagem são mantidos congelados em sono induzido até que a Mãe (inteligência artificial da nave) capta um sinal de SOS (pedido de socorro) vindo de um planeta próximo e acaba acordando os sete tripulantes e os levando aquele lugar inóspito.
Quando uma parte da tripulação desce, há uma regra extremamente rigorosa de 3 pessoas descerem e 4 ficarem a bordo, eles se deparam com uma espaçonave e vão investigar o que há em seu interior que possa ter emitido o sinal de SOS captado pela mãe. Kane, um dos exploradores da nave, acaba sendo atacado por uma criatura cujo formato lembra uma mão e esta fica presa em seu rosto.
Quando os cosmonautas retornam a Nostromo, a investigação sobre a estranha criatura começa, a partir do momento que esta age como um parasita em Kane: presa ao mesmo, mas o mantendo vivo. Exatamente como um parasita faz com o seu hospedeiro na natureza, o mantém vivo até cumprir seu objetivo no mesmo. Ao tentar tirar a criatura de Kane, os passageiros descobrem que o sangue da mesma é altamente corrosivo e fazer qualquer coisa nela que a fizesse sangrar poderia significar o fim da nave. Outra descoberta importante e crucial feita posteriormente é que a criatura antes pequena do tamanho de uma mão... cresce. E muito.
Alien é um daqueles filmes de ficção que sempre gostei. A ação, o medo, o não saber onde ele está escondido, a claustrofobia que me acompanhou durante o filme todo dentro da nave, tudo. Alien é um dos maiores clássicos de ficção cientifica. E o livro consegue cumprir o papel de colocar de forma escrita esse grande clássico. Exceto a claustrofobia, acho que pelo fato de eu não estar vendo o ambiente me senti menos presa do que quando vi o filme.
Os personagens são extremamente bem construídos e descritos, você vai percebendo detalhes da personalidade de cada um e, mesmo com o autor sempre usando o sobrenome dos personagens, você consegue se sentir próxima a eles. A narrativa envolvente que Alan possui, torna a leitura algo extremamente prazeroso e rápido. É o típico livro que você não larga enquanto não terminar porque você precisa saber o que acontece.
A narração em terceira pessoa cai uma luva na obra que, desta forma, nos oferece uma vista bem panorâmica de tudo que está havendo e de todos os personagem do livro, inclusive do gato Jones (passei uma parte da obra agoniada com o pobre felino). É uma narrativa tão envolvente e tão simples que eu simplesmente fiquei encantada e não pude largar o livro até terminá-lo.
Não vou conseguir deixar de mencionar a gigantesca crítica social que o autor nos coloca ao mostrar a ganância humana e a necessidade de riqueza e acumulação que o ser humano possuí como fator principal para que o Alien tenha conseguido chegar a Nostromo. O autor coloca claramente que o ser humano toma atitudes movidas por motivos financeiros, mesmo que isso signifique colocar a vida de alguém em risco. Claro, de uma forma exagerada (na forma do oitavo passageiro), ele deixa a mensagem sutil de que a busca por poder e dinheiro tem suas consequências e que estas podem ser tão grandes que você só irá perceber quando não houver mais modo de voltar atrás.

Outro ponto que preciso comentar sobre o livro é a edição em si publicada pela Aleph. O livro tem a capa “metalizada” e uma textura completamente diferente (não sei explicar, mas lembra veludo quando você passa a mão sobre ela), além de uma diagramação maravilhosa, e a riqueza de desenhos do Alien povoando as páginas iniciais e a capa interna no livro que, além de tudo conta no final com um extra de entrevista com Sigourney Weaver, a eterna capitã Ripley. Ripley, aliás, se destaca fácil dentro da tripulação sendo uma mulher forte sem medo de mostrar sua opinião, agrade quem agradar, e que tem a pose de durona dentro da equipe.
Da edição, a narrativa, a obra com um todo, Alien se tornou um dos meus livros favoritos de ficção cientifica, provando que não precisa seguir a ordem Livro-Filme para ser bom e conseguir atingir o imaginário das pessoas com estranhas criaturas a bordo de uma simples nave em busca de petróleo.
AUTOR: Alan Dean Foster
NÚMERO DE PÁGINAS: 328
EDITORA: Aleph
LANÇAMENTO: 2015