A professora Diana Bishop foi convencida pelo medo de que é melhor ser humana do que bruxa.
Mas quando descobre um antigo manuscrito com a origem de espécies sobrenaturais, fica muito próxima do mundo do qual sempre fugiu.
Demônios e vampiros passam a cruzar seu caminho, e o instinto de sobrevivência dessas criaturas faz Diana ser uma presa vulnerável.
Até que ela seja capaz de dominar os próprios dons e usar seus poderes.
O que dizer sobre A Descoberta das Bruxas? Não posso afirmar que o amei. Contudo, em momento algum, posso dizer que não me diverti com a leitura. Que não foi emocionante, que os personagens não mexeram comigo e que, claro, não fiquei me perguntando onde ficam escondidos os homens parecidos com Matthew nesse nosso mundão (se é que eles existem).
O livro tem como protagonista uma historiadora da ciência (sim isso é uma profissão), bruxa que renega seus poderes, chamada Diana Bishop - que, claro, renega os poderes, mas pertence a um dos clãs mais poderosos... Nem um pouco clichê. Diana, que perdeu os pais (poderosos bruxos, claro) muito cedo, renega a magia que possui, evitando recorrer à magia para realizar qualquer tarefa de seu dia - a - dia. Em seu geral, Diana poderia ter sido uma personagem feminina poderosa, que se transformaria em uma bruxa extraordinária. Mas acaba por virar uma versão mais inteligente e um pouco mais ativa de outra personagem que se apaixona por um vampiro protetor (cof, cof Bella, cof cof).
Em defesa de Diana, seus momentos como historiadora são bem interessantes e não é em seu todo que ela é uma personagem chata. Apenas nos momentos em que parece esquecer do mundo a volta para ficar remoendo Matthew e seu romance.
Falando em Matthew, o vampiro de mais de 1 milênio de vida... Super protetor, inteligente, rico, chefe de uma organização secreta e faminto pelo sangue de certa Bruxa. E procurando por um livro chamado Ashmole 782 - não esqueçam desse livro, ele é importante. Mas, precisamos ser sinceros, sua personalidade parece com um outro vampiro conhecido, não é?
Então eu entro no ponto que fiquei incomodada lendo esse livro: o romance. Parecia que eu já havia lindo algo parecido anos atrás, e visto filmes também. A relação Diana e Matthew é muito parecida com o relacionamento Bella e Edward que vimos na saga Crepúsculo. O que, muitas vezes, me deixava furiosa, já que Diana, de começo, resistia a Matthew, não se deixava cair no charme do vampiro. Enquanto ele já possuía o instinto protetor - que é explicado ser parte do pacote "namorado vampiro" dentro do livro. Na realidade, quando ambos aceitam o amor e declaram em voz alta, é considerado um casamento dentro da raça dos vampiros e, simplesmente assim, eles escalam de amigos para casados. É, assustador desse jeito.
Mas, tirando todo o contexto romântico o livro promete grandes coisas, e as entrega - e prevejo mais coisas ainda nos últimos dois da trilogia. Há Conspirações, um pouco de História, fugas, mistérios e, até viagem no tempo. O que deixou o livro extremamente divertido e me fez querer terminá-lo logo que possível.
Pois bem, toda a história gira entre Diana e o Ashmole 782, um livro alquímico que, teoricamente, explica a criação das três raças sobrenaturais que convivem entre os humanos: as Bruxas, os Vampiros e os Demônios. Bruxas e Demônios nascem assim, sendo bruxas descendentes de bruxas, mas os demônios não necessariamente nascem de um casal de demônios. Já os vampiros são transformados e (foca na próxima palavrinha) estéreis.
Diana encontra o livro perdido e consegue abrí-lo, trazendo para si uma atenção indesejada de todo os seres sobrenaturais e, também, do Conselho, um grupo de seres sobrenaturais com regras arcaicas e vontades homicidas (em meu livro, se chama seita de serial killers, porque é cada um pior que o outro).
Começa então, uma brincadeira de esconde-esconde, onde Diana tenta fugir do Conselho, primeiro devido a seus poderes, que, ao que parecem, são bem maiores do que o esperado, e depois, pelo seu romance proibido com Matthew.
Durante o livro conhecemos personagens carismáticos como Em e Sarah, as tias de Diana, um casal de bruxas muito divertido - sendo Em muito amável e Sarah uma verdadeira durona; Marcus e Miriam, dois vampiros que trabalham com Matthew tentando desvendar o mistério dos seres sobrenaturais, junto da ciência moderna (eu comentei que ele é um geneticista, não comentei?). E, pessoalmente, minhas preferidas, Ysabeau e Marthe. Ysabeau é a "mãe" de Matthew, a vampira que o criou. Possuí uma personalidade forte e protetora com seus filhos. Contudo, logo que aceita Diana, se torna amável como uma mãe (mas sem deixar de ser durona). Marthe é a governanta e logo se apega à Diana, sendo, muitas vezes, a primeira a perceber quando as coisas estão acontecendo.
Ao desenrolar do livro, descobrimos que os pais de Diana foram mortos por Bruxos, que Diana é mais poderosa do que se imagina, uma guerra entre os Cavaleiros de Lázaro (uma linha dos Templários) e o Conselho e que Diana pode conceber filhos de um vampiro, indo contra tudo aquilo que, até ali, se sabia, já que, vampiros são estéreis.
Ao todo, subtraindo algumas cenas do romance, onde fica impossível de não querer dar uns bons tapas na cara de Diana - ou Matthew - e mandar parar ser tão dependentes um do outro, o livro é muito bom e cumpre seu dever de divertir. Sou, pessoalmente, uma adoradora de história e, essa pitada, certamente, fez o livro ser tão divertido durante sua leitura.
Li, em algum lugar, que A Descoberta das Bruxas podia ser considerado uma mistura entre Harry Potter, Crepúsculo e Outlander e, depois de terminá-lo, consigo ver sim uma correlação entre esses três livros dentro de A Descoberta as Bruxas - bastante de Outlander e Crepúsculo, se posso dizer.
Em suma, A Descoberta das Bruxas fez seu papel de introduzir os personagens e o mundo fantástico onde se passa, prometendo muito mais para seus próximos dois livros e que eu, sinceramente, espero que que consiga entregar, pois, por mais incomodada que tenha ficado com algumas partes do livro, me apeguei sim aos personagens, graças a uma escrita maravilhosa e detalhada de Deborah. Pretendo então, continuar a série e ler o desfecho da história de Diana Bishop.
PS: Preciso, porém, deixar mais uma crítica aqui: a edição do livro deixa um pouco a desejar. Por mais que eu absolutamente adore a capa, a edição, por dentro é de folha branca e fina, sendo que é possível ver as palavras do outro lado da página. Não é algo que atrapalhe a leitura, mas que, pelo preço pago no livro na Saraiva onde comprei, deixa muito a desejar.
AUTOR: Deborah Harkness
NÚMERO DE PÁGINAS: 638
EDITORA: Rocco
LANÇAMENTO: 2011
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