Doug Parker não foi um aluno brilhante, não conseguiu entrar para nenhuma universidade de prestígio e era demitido dos empregos de redator com relativa frequência. Enfim, não levava nada muito a sério até conhecer Hailey, bonita, inteligente e cerca de 10 anos mais velha que ele.
Quando os dois se casam, Doug deixa para trás a descompromissada vida de solteiro e se dedica a esse amor, acreditando finalmente ter encontrado seu rumo. Mas, dois anos depois, Hailey morre em um acidente de avião e tudo perde o sentido.
Em meio a seu drama, Doug se vê às voltas com o enteado rebelde e a irmã gêmea que se mudou para sua casa decidida a fazê-lo voltar a se relacionar com outras mulheres. E então nada mais é como antes: sua vida passa a se desenrolar em uma divertida sucessão de encontros desventurados e insólitas confusões familiares.
Entre tropeços, atropelos e as mais loucas situações, Doug começa a tocar sua vida, ainda que não saiba muito bem para onde. Afinal, muitas vezes o melhor a fazer é seguir em frente.
Sabe aquelas promoções do Amazon que você não consegue resistir? Aquelas que você tem direito ao frete grátis quando as compras chegam num valor determinado? Pois bem, foi numa dessas que adquiri esse livro. Tudo bem, não foi tão às cegas quanto parece, dei uma olhada nas críticas sobre ele. Mesmo assim, não me chamou tanto a atenção porque já começa com uma história triste e tal, mas como vi que tinha romance na história, resolvi adquirir.
O mais incrível é você se ver dando risadas (altas) num livro onde um cara retrata como sua vida tá uma merda total após a perda da esposa. Pensem naquele cara que tinha tudo para ser “filhinho de papai”: nasceu rico, o pai é médico e a mãe artista da Broadway. Têm uma irmã gêmea e uma caçula e viveu num bairro nobre. Mas Doug não é desses, ele bate com o carro do vizinho após roubá-lo para tentar chamar atenção de garotas, vai para uma faculdade de nome menor que a das irmãs prodígio e se casa com uma mulher mais velha, a qual perante os olhos de todos (até do próprio leitor às vezes) ele não merecia.
Mas bem, acontece que Hailey morre em um acidente de avião. E o livro começa narrando os eventos depois da morte dela, embora em apenas um momento – se não me engano – ele também relata uma parte da história com a personagem ainda viva. Esses eventos depois da morte dela se chamam: Doug na merda total, um cara deprimido, que vive entre garrafas de Jack Daniels e atirando pedras em coelhos (e errando todas as vezes – ainda bem, porque todos amam coelhinhos). Ele, apesar de trabalhar em um outro setor de uma revista, começa a escrever uma coluna chamada “Como falar com um viúvo”, a qual se torna um sucesso e proporciona oportunidades que antes da morte da esposa ele nunca teria. Acredito que você acha meio sem sentido rir dele narrando essa vida miserável, não é? É porque você talvez ainda não tenha lido esse livro. Achei o máximo esse humor negro autodepreciativo dele e ao mesmo tempo fiquei na torcida para ele sair dessa fossa um dia e finalmente tomar coragem de viver novamente.
Uma coisa que achei muito interessante no livro foi a relação e “telepatia de gêmeos” dele com a irmã gêmea Claire. Se existe um personagem no livro que complementa ao Doug é ela! Altas passagens engraçadas envolvendo os dois, de um lado Doug depressivo e do outro Claire, com uma vida aparentemente perfeita mas tentando sabotá-la.
Não esperava que a família dele fosse tão louca: o pai, cirurgião famoso, sofreu um AVC e vive entre momentos de amnésia e lucidez; a mãe, com seus frascos de “Vil” e suas intermináveis garrafas de vinho tentando lidar com o marido e a família disfuncional que tem (embora nutra um amor imensurável); a irmã Debbie (Pooh), advogada de sucesso, mas parece um robô sem emoções e tem aquele teor autoritário - essa seria a irmã que “vingaria” dos três, já que conseguiu obter sucesso - ; e por final a Claire, casada com um herdeiro ricaço, formada em psicologia, não tem medo de dizer o que pensa e tentando arruinar a própria vida enquanto ajuda ao irmão gêmeo fracassado. Quer uma receita melhor para algumas gargalhadas?
Apesar de toda a risada que esse livro que proporcionou, fiquei encantada com a história de superação. Esse livro não tem nada de romance meloso e água com açúcar como eu esperava. Para mim se mostrou uma história sólida e em nenhum momento tive receio nem preguiça de continuar a ler, pelo contrário, fiquei com medo de terminar muito rápido!!! Foi uma surpresa e tanto na minha estante, estou muito orgulhosa de mim mesma por ter adquirido esse livro! Já estou com os outros desse autor na minha lista.
Não vou me estender mais na resenha, contando toda a história, mas pelo que falei acima já deu para notar o quanto eu curti esse livro, portanto já fica aqui a indicação para quem quer rir um pouco e acompanhar o que acontece com Doug, seu afilhado/filho de Hailey (Russ) e sua família. É um livro bem leve, a leitura flui muito bem e você termina rapidinho e fica satisfeito!
Quem já teve oportunidade de ler esse livro? Quem ainda pretende ler? Comenta aí!!
Eu li esse livro tão rápido que só marquei uma passagem pra colocar aqui:
"Tenho a impressão de que, hoje em dia, ninguém faz outra coisa senão me acordar. Se ao menos me deixassem dormir, talvez eu despertasse refeito, com uma perspectiva nova, mais saudável, pronto para enfrentar a vida e resolver meus inúmeros problemas. Na verdade, talvez a questão não seja o fato de eu estar triste, ou ferrado, ou vivendo de forma autodestrutiva; talvez eu esteja apenas atolado num estado de perpétua exaustão".
AUTOR: Jonathan Tropper
PÁGINAS: 272
EDITORA: Sextante
LANÇAMENTO: 2010