Roteiristas, vocês falharam com essa temporada!
A frase muitas vezes repetida por Oliver na primeira temporada cai como uma luva ao fim da terceira temporada de Arrow. A série sempre conviveu com altos e baixos, episódios agitados e outros mais lentos. Mas sempre se mantinha como uma boa série de super-heróis. Porém essa temporada acabou sendo um ponto fora da curva. Não quer dizer que tudo foi ruim, mas a trama central deixou a desejar, tirando o interesse nos resultados, pois parecia que no fim, Oliver sempre teria um plano milagroso pra salvar a todos sem muito esforço. E por incrível que pareça, o sucesso de The Flash não ajudou Arrow, acabou talvez ofuscando sua criadora.
Mas vamos aos fatos. A temporada começa com o Arqueiro como um herói de Starling City, Laurel atuando na promotoria como ajudante de Oliver, o Capitão Lance lidera a polícia e Roy é um parceiro efetivo na equipe. Mas já no primeiro episódio temos a primeira reviravolta na série, a morte de Sara por um arqueiro misterioso. Esse acontecimento vai ser reverberado por toda a temporada.
A Liga dos Assassinos se coloca em perseguição ao principal suspeito, Malcom Merlyn. A líder da perseguição é Nyssa Al Ghul, a herdeira do demônio, e ex-amante de Sara. O grande embate da temporada vai se desenhando quando Oliver se coloca contra a Liga para proteger Malcom, por ele ser o pai de Thea.
Esse "confronto" entre Oliver e a Liga, que se arrasta por toda a temporada foi mal aproveitado. Tenta-se criar uma rivalidade entre Ra's Al Ghul e o Arqueiro, porém parece sempre que o medo do herói é mais na figura do vilão, e não no seu potencial destrutivo. Na prática acontecem duas lutas entre eles, uma no fim da primeira parte da temporada e outra no episódio final. Porém essa primeira luta, lá no longínquo episódio 9, define os rumos do resto da temporada. Como? Oliver luta, perde e é "morto", mas ele "volta à vida", o que o colocaria como herdeiro do demônio, devido a uma profecia que dizia que aquele que sobrevivesse à espada de Ra's, assumiria seu posto.
Ok, aqui as coisas definitivamente saem do controle. O Arqueiro Verde não é um herói com uma grande galeria de vilões, era aceitável que ele emprestasse alguns de outros personagens da DC Comics. Também tem que ficar claro que o Arqueiro foi criado nos moldes do Batman (herói sem poderes, milionário, etc.), além de que, desde Smallville, ele sempre foi o Batman que a TV pode ter. Mas ao seguir uma ideia já muito usada com o Morcego, foi difícil de defender os críticos que os comparam.
A partir daí, do episódio 13 em diante, a história é essa, ele assumir o manto ou não, até o clímax, onde ele assume seu posto de herdeiro, mas no fim era tudo um grande plano dele com Malcom (wtf?!) para derrubar Ra's. O problema, na minha opinião, não foi usar a Liga e o Ra's como vilão, e sim os rumos tomados com isso.
Os flashbacks nessa temporada também não ajudaram (não que já tenham sido um ponto alto). A história em Hong Kong com a família Yamashiro foi interessante apenas pelo desenvolvimento de Maseo e Tatsu (Katanna), além de dar mais mostras da personalidade de Oliver antes de voltar a Starling.
Agora, se tem algo que foi interessante nessa temporada, foram os personagens secundários. Ok, alguns cresceram rápido demais, mas não se pode dizer que não surpreenderam. Ted Grant como Pantera e treinador de Laurel. Ray Palmer como o herói Eléktron, Roy como Arsenal. Thea como Speedy. E a própria Laurel fazendo um bom papel como a nova Canário Negro.
PRÓS:
Bom desenvolvimento dos personagens secundários
FINALMENTE os personagens usam seus nomes dos quadrinhos (Arsenal, Canário Negro, Speedy, Komodo, Cúpido, Capitão Bumerangue, etc.)
Uma das melhores coisas de série foi o crossover entre The Flash e Arrow, que serviu da mesma forma que funciona Superman/Batman (comparações a parte) no quesito de um ser um herói mais sombrio e o outro um símbolo de esperança. (Não que o Arqueiro Verde tradicional seja sombrio, mas né)
CONTRAS:
Rivalidade fraca entre Oliver e Ra's
Crescimento acelerado de Thea e Laurel (Pô, o Roy leva duas temporadas pra ser de fato o Arsenal e elas assumem os respectivos mantos meio rápido)
A morte de Sara (Ok, ela não existe nos quadrinhos, mas foi uma personagem que agradou o público.)
Felicity (Sim, não reclamei dela a review inteira, posso falar disso aqui.)
Mais uma temporada sem o verdadeiro Arqueiro Verde. Chega desse cara sombrio.
E o futuro?
A temporada termina com muitas despedidas. O próprio Oliver abandona o manto de Arqueiro, pois acredita que a cidade tem heróis o bastante (Speedy, Laurel, Eléktron). Convenhamos que isso deve durar o que? Uns 4 episódios no máximo? Ok. John teve seus problemas com Oliver no fim da temporada, mas parece que se acertaram e ele deve assumir uma identidade secreta e seguir ajudando a cidade (esqueçam, ele não vai ser o Lanterna Verde). Malcom consegue se livrar da Liga e agora ele é...RA'S AL GHUL. Tá difícil defender esse plot, viu. E sim, Felicity e Oliver vão embora juntos, pra viajar e serem felizes. Não deve durar, só acho.
A cena final deixa o primeiro gancho pro novo spin-off da CW, Legends of Tomorrow, com Ray Palmer testando a função de diminuir de sua armadura e...EXPLODINDO (Todo mundo sabe que ele vai tá vivo e bem, mas tem que ter um mistério né). Lembrando que o próximo gancho deve vir na season finale de The Flash, com a participação da Mulher-Gavião.