
Num mundo dividido entre humanos e ciborgues, Cinder é uma cidadã de segunda classe. Com um passado misterioso, esta princesa criada como gata borralheira vive humilhada pela sua madrasta e é considerada culpada pela doença de sua meia-irmã. Mas quando seu caminho se cruza com o do charmoso príncipe Kai, ela acaba se vendo no meio de uma batalha intergaláctica, e de um romance proibido, neste misto de conto de fadas com ficção distópica. Primeiro volume da série As Crônicas Lunares, Cinder une elementos clássicos e ação eletrizante, num universo futurístico primorosamente construído.
“Ela era um ciborgue, e nunca iria ao baile.”
É com essa ideia inicial que somos apresentados a Cinder, uma das inúmeras releituras de Cinderela. Linh Cinder, uma ciborgue de 16 anos, sofre diariamente com os preconceitos de ser uma “aberração tecnológica”. Vive com a madrasta Adri, uma megera terrível, Pearl, a meia irmã mais velha, que seguiu os passos da mãe e Peony, a meia irmã mais nova e a única amiga humana de Cinder.
Como qualquer adolescente normal, Cinder deseja ir ao baile do Festival de Nova Pequim, e, quem sabe, conhecer o príncipe e, logo, imperador de Nova Pequim, Kai.
Cinder é uma personagem carismática, divertida, sarcástica e verdadeira. Passa uma vida de quase escravidão na casa de Adri, sua madrasta/guardiã megera e odiosa, que a obriga a trabalhar para sustentar a casa e os gastos do resto da família. Pearl é igualzinha a mãe, mas quem surpreende é Peony, a mais nova. Uma garota doce, amável e que vê muito além das aparências.
Cinder, além de filha adotiva é uma ciborgue, “raça” considerada inferior por toda a população. Então, além de ser mal tratada em casa, é mal tratada por todos que sabem sua verdadeira “composição”. Possui um sistema muito avançado, o que a tornou a melhor mecânica da capital Nova Pequim.
Kai é um príncipe doce, que rápido de mais, e de maneira trágica, sobe ao poder. Desde o começo, é ele quem tenta conquistar Cinder, mas desconhece que ela é, na verdade, uma ciborgue, coisa que ela morre de vergonha. Kai a convida como acompanhante oficial ao baile do festival e Cinder, por mais que deseje aceitar, é impelida a recusar.
Mas não de apenas releituras de Cinderela é que Cinder é feito. O livro é o primeiro das Crônicas Lunares, que irão trazer a batalha entre o povo da terra contra os moradores da Lua e sua Rainha, Levana.
Lunares são uma espécie de evolução de humanos que povoaram a lua a muito tempo atrás. Possuem o poder de alterar a percepção que os outros tem, seja sobre alguma coisa, seja sobre si mesmo. Ou seja, podem até mesmo mudar a própria fisionomia aos olhos de outras pessoas ou lunares.
E a Rainha Levana é a pior de todas. Mortal e linda, ela deseja se tornar a imperatriz de Nova Pequim e assim, começar uma nova guerra na terra. Também tem a politica de exterminar todos os Lunares que nascem sem poderes, e, portanto, também não são influenciados pelo seu "controle".
Mas ainda na,ão é tudo. Cinder descobre que é especial. Especial de um jeito que ela nunca imaginou. Ela é imune a peste que vem dizimando a população e que ataca até mesmo a família adotiva de Cinder: a Letumose. É quando Adri a "doa" como cobaia para se descobrir a cura que a vida de Cinder é virada de ponta cabeça e ela descobre que: [ATENÇÃO - SPOILER!] ela, na verdade, não é apenas um Ciborgue. Ela é Lunar. Ela é a princesa perdida que todos achavam que estava morta. E quando Levana a reconhece, Cinder terá sorte se conseguir sair viva.
Personagens cativantes e uma enredo de tirar o fôlego faz de Cinder uma leitura muito rápida e super prazerosa.
Cinder é um livro relativamente simples em sua premissa e a entrega com um olhar novo e revigorante. Não temos fadas madrinhas ou mágicas, mas temos um baile, um príncipe e um sapatinho de cristal.
Em seu todo, é uma leitura que me agradou bastante e me deixou querendo mais. Rápido e muito cativante, o livro nos prende em suas primeiras páginas e apenas nos deixa ir quando terminou de nos contar sua história.
Me deparei com Cinder duas vezes: uma, a primeira, em vários canais gringos sobre livros. Parecia unanime o gosto por Cinder e as Crônicas Lunares, mas nunca procurei se ele havia sido traduzido ou qualquer coisa assim. A segunda foi na Saraiva de Porto Alegre, em minha visita a capital. Encontrei o livro, o reconheci e, sem saber muito o que esperar dele, (eu sabia que era uma releitura de Cinderela, tinha ciborgues e uma rainha má) decidi que ele voltaria comigo para a "colônia".
Decidi começar a ler no domingo e o terminei na quinta-feira. A leitura foi toda feita em ônibus ou em alguma aula chata, o que não ajudava quando eu queria soltar alguma exclamação de: NÃO ACREDITO QUE ELA FEZ ISSO! Ou: EU SABIA! Já que as pessoas iam achar que eu um pouco mais louca do que esperavam.
Contudo, Cinder peca em surpreender o leitor. Vejamos: ele surpreendeu sim, em algumas poucas partes, me deixando com raiva da personagem principal, mas sendo fiel a realidade, eu admito que se me encontrasse em algumas situações do livro, faria o mesmo. Cinder era real. Ela não é uma personagem forçada. Porém, pecou em me surpreender no que parecia ser o grande plot twist do livro. Logo que fomos apresentados a lenda da princesa lunar eu disse: Cinder é a princesa. Não foi preciso mais que isso. Eu sempre soube e não me surpreendeu em nada. Mas não tirou a graça do livro em momento algum.
Ao todo, Cinder é uma excelente leitura. Dinâmica e divertida, o livro cumpre seu papel de entreter o leitor e nos deixar querendo mais desse mundo, e mais de Cinder. Espero que a Rocco continue traduzindo a coleção, pois As Crônicas Lunares me fisgaram de jeito!
"- Qual é o seu nome, criança?
Cinder engoliu o seco, obrigando seu nome a sair da garganta.- Cinder.- Cinder. - Uma risada condescendente. - Que apropriado. Cinzas. Poeira. Sujeira. "
AUTOR: Marissa MeyerNÚMERO DE PÁGINAS: 448
EDITORA: Rocco
LANÇAMENTO: 2013
ONDE COMPRAR: Clique aqui.


