Title: [FILMES] CRÍTICA #60 - O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
Author: Rafael Bürger
Rating 5 of 5
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Arte, História, Comédia e Crítica Social são os ingredientes que Wes Anderson conseguiu unir com maestria em "O Grande Hotel Budap...
Arte, História, Comédia e Crítica Social são os ingredientes que Wes Anderson conseguiu unir com maestria em "O Grande Hotel Budapeste". O filme brinca com as estruturas da narração começando com uma leitora que lê um livro em frente a estátua de seu autor. Sendo assim a história do livro passa a ser contada, onde o escritor visita um Grande Hotel Budapeste levado a decadência pela transformação da fictícia República de Zubrowka em uma República Socialista. Durante a estadia, o escritor (vivido por Jude Law) investiga o passado do misterioso proprietário do Hotel, Zero Moustafa. E assim temos o flashback dentro do flashback, onde a maior parte da história se passa. Ele mostra Zero como o mensageiro iniciante do Hotel e aprendiz do concièrge Gustave H. (vivido por Ralph Fiennes).
O grande destaque do filme fica com o elenco de peso e a direção de arte (que é uma das marcas registradas do Wes). Adrien Brody, Willem Dafoe, Edward Norton, Saoirse Ronan, Bill Murray, Owen Wilson, Léa Seydoux e a irreconhecível Tilda Swinton deixam cada um sua própria marca no filme. Eu assisti sabendo da presença de apenas alguns atores e a cada aparição nova eu era surpreendido. Uma das coisas que mais me intrigou no filme foi o formato da mancha no rosto de Agatha (personagem de Saoirse Ronan). Ninguém escolhe o formato do México para uma mancha por um acaso. Eu interpretei como uma critica ao olhar Norte-americano para seu vizinho ao sul. Agatha era de uma beleza perfeita, a não ser pelo seu único "defeito": a mancha.
Provando que "uma imagem vale mais que mil palavras", a direção de arte nos mostra um panorama completo da História Européia do século XX. Vemos o Grande Budapeste Hotel em duas fases: na primeira ricamente decorado no estilo da Belle Epoque, que era muito popular na primeira metade do século XX; já na segunda vemos ele transformado em um edifício cinzento e estilo brutalista, muito comum nas ex-repúblicas soviéticas. Sendo assim a imagem complementa o roteiro que nos mostra o ambiente do período entre guerras, a ascensão do fascismo e a Anchluss (As sucessivas anexações de países vizinhos pela Alemanha Nazista antes da Guerra).
Não bastando a aclamação da crítica o filme foi um sucesso de público e bilheteria. No Reino Unido ele chegou ao topo das bilheterias semanais. Além disso ele bateu o recorde de bilheteria de lançamento em um circuito limitado. Nas quatro salas de cinema americanas em que ele foi lançado ele conseguiu um total de 800 mil doláres em um fim de semana. Em todo o mundo o filme arrecadou cerca de 175 milhões de doláres. Mais impressionante ainda foi que mesmo sendo lançado em fevereiro, quase um ano antes da temporada de premiações, ele conseguiu abocanhar nove indicações ao Oscar (Incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro Original), levou cinco das onze indicações ao BAFTA e uma das quatro indicações ao Globo de Ouro (Melhor Filme de Comédia ou Musical).
Seriador, Cinéfilo e Bookaholic. Suas series preferidas são Downton Abbey, Game of Thrones e Doctor Who. Aspirante a escritor e desenhista desde pequeno. Leia mais sobre o autor