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Title: [FILMES] CRÍTICA #58 - A TEORIA DE TUDO
Author: Rafael Bürger
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Homem e Mulher, Prótons e Elétrons, Ciência e Religião, Cosmologia e Literatura. "A Teoria de Tudo" é construído em cima da...


Homem e Mulher, Prótons e Elétrons, Ciência e Religião, Cosmologia e Literatura. "A Teoria de Tudo" é construído em cima da premissa de um amor surgindo entre duas pessoas com características opostas, e como ele conseguirá sobreviver (ou não). Os trinta primeiros minutos do filme fazem parecer que ele se tratará da procura de Stephen Hawking pela teoria de tudo, uma equação que explicasse todo o Universo. Logo após o primeiro acidente, você pode ser levado a acreditar que será sobre os desafios de se viver com a Doença do Neurônio Motor. Mas não se iluda, esses dois aparentes protagonistas cedem seu lugar de destaque para uma trama que começou como coadjuvante, o amor entre Stephen e Jane. É claro que a pesquisa pela equação e a doença não somem do filme, mas são colocadas em um cantinho escuro e esquecido de onde saem eventualmente para nos relembrar que esse não é um filme de romance comum.


Colocar James Marsh, um diretor com grande experiência em documentários, na direção do longa foi um acerto. Ele seguiu o padrão que normalmente se encontra em filmes biográficos, porém complementou com um toque pessoal. Algumas cenas nos lembram videos caseiros, e outras remetem ao cinema experimental. O único ponto negativo foi a constante procura de emocionar o espectador, de atrair a empatia dele a todo custo, e foi essa frequência que deixou muitas situações e cenas forçadas, artificiais.


Eddie Redmayne impressiona em alguns momentos, mas não está tão grande assim no papel. Claro que interpretar uma pessoa com uma doença degenerativa não é algo fácil. Porém a grande exposição de Stephen na mídia acaba tornando mais fácil essa reprodução de maneirismos e a identificação com o público. Além do mais existe a inegável semelhança entre Eddie e Stephen. Felicity Jones na verdade foi a grande surpresa para mim. Ela soube representar bem o desenvolvimento da personagem Jane, de uma universitária apaixonada e sonhadora para uma dona de casa frustrada. É interessante ver as diferenças no desenvolvimentos individual de cada um. Enquanto Stephen se torna cada vez mais irônico e infantil, Jane se torna mais madura e melancólica.


Para um seriador o filme é quase um celeiro de referências a séries. É impossível passar despercebida a cena em que Stephen imita um Dalek, de Doctor Who, ou que fique aquela sensação de "eu te conheço de algum lugar" quando vemos Harry Lloyd (Viserys Targarien de Game of Thrones) e Charlie Cox ( Owen Sleater de Boardwalk Empire e o Demolidor da, ainda inédita, série do Netflix de mesmo nome). O filmes recebeu dois Globos de Ouro (Melhor Ator e Melhor Trilha Sonora) e um SAG (Melhor Ator) fazendo de Eddie Redmayne é um dos mais cotados para levar o Oscar. Além disso, o filme aguarda o resultado das cinco indicações ao Oscar e das dez indicações ao BAFTA(O Oscar Britânico).

TRAILER DO FILME:


02 Fev 2015

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Sobre o autor

Rafael Bürger

Seriador, Cinéfilo e Bookaholic. Suas series preferidas são Downton Abbey, Game of Thrones e Doctor Who. Aspirante a escritor e desenhista desde pequeno.
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