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Isa Campos Isa Campos Author
Title: [DEBATE DDS #7] OS PRODUTORES DE LOST ME ENROLARAM
Author: Isa Campos
Rating 5 of 5 Des:
ATENÇÃO  SPOILERS!!!!!!!!!!!!



ATENÇÃO 
SPOILERS!!!!!!!!!!!!


Quando Lost foi lançado, era uma febre. Todo mundo assistia Lost, o programa revolucionou o modo que assistimos séries, e isso é inegável. Toda semana queríamos saber que p**** era aquela ilha? O que eram aqueles números? O que era o monstro de fumaça? Sawyer sem camisa. E no final muitos tiveram a sensação de que a série deixou várias pontas soltas, nos enrolou. Afinal, estavam todos mortos desde o começo? Vocês entenderam o final, ou boiaram que nem eu?

"As pessoas ainda pensam isso? Meu deus! Eles não estavam todos mortos. A ultima temporada foi uma especie de realidade alternativa em que o avião não havia caído na ilha e eles acabaram não se conhecendo. Mas foi como se fosse um acontecimento após a morte de todos eles. Tudo que aconteceu na ilha foi real, só que depois que todos morreram aquela realidade em que eles acordam foi somente o reencontro deles antes de passaram para, sei lá, outro plano. Os produtores já falaram inúmeras vezes que eles não estavam mortos o tempo todo e que a ilha não era um limbo. A ilha era um lugar sagrado que servia de prisão para o mal, que no caso era a fumaça preta. Que era o irmão do Jacob que ele mata quando vai mostrar o coração da ilha pra ele. Os números eu não lembro, mas explicaram também. O problema do final de Lost foi não dar ao público todas as respostas mastigadas como a maioria das séries faz. Vejo que muita gente esperava isso e se decepcionou com o final. Sim, há varias perguntas que ficaram em aberto, mas as importantes foram respondidas, ou deram indicações para as respostas. Tipo o caso do urso polar da primeira temporada. Lost é a melhor série. Eu gosto que deixem certas coisas em aberto, isso faz com que você pense ou "filosofe" mais sobre os acontecimentos e chegue nas suas próprias conclusões. " Raphael Gomes

"Minha interpretação foi a de que, após morrer, as pessoas - todas, não só as da ilha, mas todo mundo, no mundo todo - vão para uma espécie de purgatório, onde elas permanecem vivendo, achando que estão vivas, até "se encontrarem". Interprete esse "se encontrar" como uma espécie de transição. As pessoas precisam reconhecer o que passou, tudo o que fizeram e viveram, para que possam "seguir adiante". Inclusive, o Ben foi o melhor de todos nesse final, porque ele não se achava digno de entrar na igreja. Achei aquilo sensacional. Aliás, Ben é o melhor personagem de Lost pra mim; acho que foi o personagem com a trama mais complexa de todos. Essa interpretação mais espiritual fez sentido pra mim porque a série sempre brincou com a tênue linha divisória entre razão e fé.
Sobre o que era a ilha... Em uma linha, a ilha era a Torre Negra. O J. J. Abrams ADORA Stephen King, principalmente a saga de 7 livros dele, A Torre Negra, que faz uma mistura literária orgásmica pra quem gosta de livros (o SK mistura várias, várias, várias histórias; tem coisas lá que eu fico me perguntando se é de alguma história que eu não conheço, mas enfim, o cara é um escritor do caramba, com certeza deve ter tido muitas referências na saga que eu não percebi). A saga fala sobre a busca de Roland Deschain pela Torre Negra, o centro de todo o tempo e espaço, para corrigir o que quer que esteja de errado com ela, que está fazendo com que todos os universos estejam caminhando rumo à destruição.
O J. J. Abrams queria fazer uma trilogia, com mini-séries entre cada filme, para contar toda a história da saga da Torre Negra (mas isso tá tendo altos e baixos, não sei em que pé está agora), mas, sabendo desse amor do J. J. pelo SK, quando eu vi a explicação do que era a ilha... Meu, ela é a interpretação dele do que seja a Torre, o centro de tudo. O monstro-fumaça era o irmão do Jacob, que, muito interessantemente, sequer teve nome (em nenhum momento mencionam o nome dele na série), mas, com base nas referências que a série sempre fez a ícones filosóficos e religiosos (pensa nos nomes dos personagens... Rousseau, Locke, Sawyer...), tenho certeza que o nome do irmão do Jacob era Esau, em homenagem aos irmãos Esaú e Jacó (veja aqui a história ).
Ele virou aquele monstro que pode se tornar qualquer coisa e que tem como objetivo corromper todo mundo que entra na ilha, tanto que ele tinha um certo padrão para as pessoas que ele matava: só quem ele não conseguia corromper. O propósito por trás dessas atitudes dele não fica muito claro na série, mas com certeza é algo de viés religioso. Presumo que algo como o papel do diabo no catolicismo: tentar as almas para afastá-las do paraíso. Mas isso também é só minha interpretação, não cheguei a ler nada oficial sobre ele.
Detalhe: ele vira esse ser maligno depois que ele desobedece a ordem de não ir ao centro da ilha... Pra mim isso também é uma alusão ao fruto proibido do jardim do Éden e como a desgraça toda começou depois que a Eva pegou a maçã (ou a uva, conforme... não estou lembrando muito bem se no antigo testamento, mas enfim, acho interessante o fato de que costumava ser uva, mas, como o vinho é feito da uva e era muito tomado pelo clero e pela nobreza, resolveram mudar para maçã... fofocas da hipocrisia religiosa durante a Idade Média).
Sobre os números, isso foi explorado mais afundo pelo Lost Experience. Tem a ver com uma equação que prevê o fim do mundo, é bem interessante. Se quiser saber mais, procure por 4 8 15 16 23 42 no Google que com certeza vai ter uma  página do Lostpedia explicando melhor sobre eles.
Na série, os números deviam ser digitados de tempos em tempos no computador para evitar... ninguém sabe o quê. Em determinado momento da série, percebemos que foi isso que causou o acidente do vôo 815: o Desmond, que estava na escotilha na ilha, não digitou os números a tempo em determinado momento e isso causou uma ... vou chamar de "onda eletromagnética", porque não sei qual o termo correto, mas essa onda acabou atingindo o avião, que caiu...
Agora viagens filosóficas minhas. Acho brilhante a situação. Você é colocad@ num lugar e te dizem que você deve fazer uma coisa de tempos em tempos. Não fala o que fazer isso causa, nem o que deixar de fazer pode causar. Tudo que você sabe é que nada muda pra você, você continua lá, vivendo tranquilamente, enquanto continuar fazendo a coisa. Se você não tem ideia do que pode acontecer caso deixe de fazer essa coisa, mas está fadado a sempre fazê-la de tempos em tempos... o que você faria? Ficaria fazendo essa coisa para todo o sempre, abdicando da sua liberdade, ou evitaria fazê-la alguma vez, só pra ver o que acontece? O conflito dos personagens nessa situação é demais. A incerteza das consequências das nossas ações pode fazer com que fiquemos para sempre estáveis, evitando mudar nossa rotina para evitar problemas, ou tomar decisões precipitadas que podem gerar sérias consequências não só para nós mesmos, como também para os outros.
Essa situação da escotilha com os números é uma análise bem profunda do ser humano e da convivência em sociedade e é um dos motivos pelos quais eu sempre amarei LOST. Entendi a visão de realidade alternativa, mas ainda acho que aquilo se passava no purgatório, no futuro, depois que todos morreram (e num futuro bem longínquo, porque o Hurley ficou imortal né... deve ter passado séculos até ele resolver "passar a tocha" pro próximo guardião da ilha). Não consigo lembrar de argumentos da série pra sustentar isso, mas foi essa interpretação que ficou na minha cabeça... talvez quando eu rever a série eu preste mais atenção nisso. O Richard e o Broyles (alguém lembra que o Broyles, de Fringe, esteve em Lost? Hahahah) não envelheciam por causa da ilha. Ele (o Richard... o Broyles não sei, porque nunca explicaram nada sobre ele, ele simplesmente sumiu da série - porque foi pra Fringe hahaha) quase morreu e foi curado pela ~magia~ da ilha. Isso deixou ele imortal, que nem o Hurley e o próprio Jacob (só que estes dois eram guardiões, tinham mais responsabilidade, o Richard era um lacaio). Ah, outra coisa, sobre "deixar coisas em aberto": Stephen King é mestre nisso. Talvez isso seja outra inspiração no autor." Bruno do Nascimento




04 Fev 2015

Sobre o Autor

Sobre o autor

Isa Campos

23 anos, do mundo. 90% engenheira mecânica. Seriadora desde a época do Fantasma Escritor no Discovery Kids. Ships preferidos: Ross&Rachel, Rory&Logan, Blair&Chuck e Barney&Robin.
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