Conta a lenda que no dia em que os milesianos tentaram desembarcar na Ilha Verde em busca de vingança, uma nuvemnegra cobriu o horizonte.
Ciente dos desafios que os deuses impuseram para conquistar o território sagrado, o mago Amergin, líder da empreitada, parte em busca do segredo que pode virar o jogo do conflito entre dois povos: os quatro tesouros mágicos da Irlanda. Poderiam a Lança da Realeza, o Caldeirão da Abundancia, a Espada da Vitoria e a Pedra da Soberania finalmente por fim à guerra?
Somos apresentados logo no primeiro capítulo ao mago, aos deuses da história e propriamente ao mito do livro, o que pode deixar um pouco confuso de imediato, porque o autor vem com uma retrospectiva histórica e mitológica das historias celtas da Irlanda, antes de apresentar a história em si.
A partir daí temos a aventura do Amergin para chegar a Irlanda, à procura desses artefatos para poder conquistar (ou reconquistar) a Terra Verde para seu povo, ao passo de que os deuses que estavam com os antigos povos que ainda dominavam a tão sonhada terra prometida, não queriam deixá-lo chegar lá, e como ele se baseia em suas premonições e visões da própria terra, alguns dos deuses não querem deixá-lo seguir e lançam-lhe um tipo de maldição, para tentar confundi-lo.

O livro apresenta a jornada do mago Amergin de volta a Irlanda, contra a vontade de alguns deuses dos povos ali já instalados, as Tuatha De Danann. O que se torna um pouco confuso em relação a história, pois assim que o autor a apresenta, ele lhe joga diretamente no mito celta, nas visões e pensamentos do mago/druida da história.
Logo na primeira cena é ele se concentrando para chegar ao litoral, já que ele está depois da nona onda (não consegui entender muito bem essa parte do mito celta), e estava em meditação antes de desembarcar em terra para terminar o embate entre seu povo e as Tuatha De Danann.
E foi esse embate umas das cenas que me confundiu bastante, não deu pra entender muito bem o que rolou, só entendi que rolou briga, sangue e tudo o mais, o povo do mago saiu vitorioso até o monte onde alguns deuses habitavam e tinha um tesouro mágico capaz de ajudá-lo. E não nego, os dois primeiros capítulos me deixaram meio como cego em tiroteio: perdida.
Só no começo do 3 é que vem ficar claro o que ele tem e quer fazer para alcançar os objetivos da história apresentada e chegar aonde quer. O nosso principal também tem o dom de invocar os antigos dentro das arvores sagradas, como o carvalho, e vai pedindo auxílio, e um dos deuses de Tír inna n-Ór, o local sagrado dos Deuses, onde estes residem e são os que influenciaram o mago e a guerra mostrada no primeiro capitulo, ajuda o druida e tenta oferecer ajuda, e a partir dai a historia vai seguindo bem mais fluida e tranquila. Gostei muito disso.
Enfim, sobre o resto da história, gostei muito, o autor soube explorar os mitos celtas, e eu lembrei de vez em quando da saga As Brumas de Avalon, senti aquele toque me chamando, tanto que deu vontade de reler essa última. E detalhe que no livro tem as músicas que tocam em alguns momentos específicos, e vem o CD com as ditas cujas, e eu achei isso fantástico, porque eu consegui ainda mais entrar no clima da história, e além das letras das músicas. Apenas fantástico! Em resumo, valeu à pena a leitura. E um detalhe ainda melhor: é brasileiro! Isso angariou pontos ao infinito! Uma pessoa que se disponibiliza a pesquisar a fundo as historias da mitologia Celta: ganhou meu coração, apenas. (Sim, sou uma apaixonada por essas histórias).
Ahhhhh e o livro além de vir com o brinde das músicas, ele também vem com um outro: os desenhos colocados no livro são as coisas mais maravilhosas ever, fiquei apaixonadíssima. O autor também acrescenta a bibliografia das pesquisas sobre a mitologia que ele fez e notas explicatorias no final do livro. Gostei, mesmo.
AUTOR: Marmor
NÚMERO DE PÁGINAS: 173
EDITORA: Leya
LANÇAMENTO: 2014
ONDE COMPRAR: http://www.saraiva.com.br/alma-celta-8283836.html