Sobre cheiros e terrorista de romance.
Elementary tem muito potencial e, quando quer, entrega episódios fantásticos. Infelizmente este não foi o caso de hoje, em que o roteiro falhou em conciliar as várias reviravoltas e os diversos personagens.
Não me entendam mal, comecei a acompanhar a investigação muito animada. Gosto de casos de pessoas desaparecidas e o fato de tudo ter ocorrido há mais de cinco anos trazia elementos interessantes ao caso semanal. Praticamente um desafio.
Achei ainda mais legal quando a investigação passou a girar em torno de um limpador profissional de cenas de crimes. Mas os constantes becos sem saídas, as faltas de respostas, os diversos personagens e as várias reviravoltas foram me cansando. Confesso que no final eu não estava nem aí mais para quem era a pessoa por trás de tudo.
E isto, infelizmente, não é um problema isolado. Elementary tem mais de quarenta minutos em tela para gastar, mas ao invés de focar no desenvolvimento de seus personagens, constantemente resolve preenchê-los com o caso semanal, o que acaba exigindo muitos caminhos para se chegar ao final. E isto geralmente cansa e entedia. Igual faz com Sherlock.
Mas por outro lado, tivemos bons momentos. Em especial quando Holmes traçou um perfil da Watson. É impressionante como ele a conhece melhor do que ela mesma. E ele já percebeu a tendência que ela tem em sabotar os próprios relacionamentos amorosos. Afinal, por que cargas d'água ela iria namorar Mycroft, não é?
Mas pelo visto ela está tentando se enquadrar no padrão socialmente aceito. E a pergunta é: vocês acham que Andrew vai ser o escolhido ou ele vai rodar com muita rapidez?
Quanto a Chris, até peço desculpas ao ator, mas eu só consigo ver o serial killer de Dexter quando olho para ele. E ficava toda hora esperando ele voar para cima da Joan ou mandar bonecos cortados. E por mais que eu entenda o motivo de sua inserção na história, os ex-namorados da Watson são aleatórios demais. A gente não vê real desenvolvimento ou profundidade em nenhum deles, motivo pelo qual eu não entendo por que Elementary se dá o trabalho de escalar atores para tanto.
Se vai fazer a coisa, que faça direito, não é?
Kitty ficou um pouco em segundo plano, mas mesmo assim contribuiu para a qualidade do episódio. Primeiro, porque adoro ela explicando as tarefas malucas que vive recebendo de Sherlock, segundo porque foi interessante descobrir que ela tocava clarinete e rejeitou uma vida profissional na música clássica. Além disso, ela foi a responsável pela melhor pista que levou ao encerramento da investigação (e como eu já estava extremamente entediada, eu fiquei muito agradecida por sua intervenção em me tirar daquele caso semanal).
Mas isto levanta perguntas. Vocês acham que ela desistiu da Royal Academy por causa do que aconteceu com ela? Ou simplesmente foi uma forma de contestar a autoridade paterna? Sei lá, quando a gente se apega aos personagens eu gosto de saber de todos os detalhes de suas vidas. Dá maior profundidade a eles, faz com que nós, telespectadores, também nos sintamos mais próximos aos nossos queridos personagens.
Mas enfim, não me aventurei muito no cheiro de noz-moscada, mas valeu pela aventura chamada "vida amorosa de Joan Watson".
E vocês, o que acharam?
Obs: Se tem uma coisa que me irrita profundamente em Elementary é o quão mal utilizada é a Sra. Hudson. Ela tem tanta importância nas histórias, que não entendo porque inserem a personagem em apenas alguns segundos no episódio. Qual o objetivo? Já é a terceira temporada e eu já desisti de acreditar que um dia ela terá mais destaque.
PROMO DO PRÓXIMO EPISÓDIO