Só mesmo a promoção da Gabby a cadete para o batalhão festejar alguma coisa
Acho que a maioria dos telespectadores se surpreendeu ao assistir “Apologies are dangerous”. A sensação que a promo dava era de que o episódio seria todo focado no Severide, mas não foi isso que aconteceu. E nem reclamo dessa parte, acredito que um episódio todo retratando a agonia do bombeiro dentro do metrô com uma arma apontada em sua cabeça seria um sofrimento desnecessário. Incluir essa tensão nos minutos inicias foi uma boa introdução para todos os outros plots, que podem ser resumidos basicamente em uma palavra: desculpas. Em “The Nuclear Option” tivemos a conclusão de outras tramas que estavam abertas e a inserção de novos dramas na série. Porque vocês sabem, não é Chicago Fire se não tiver uma pitadinha de drama nos plots. Para a review não ficar extensa, em vez de separar os acontecimentos dos episódios, falarei sobre eles como um todo. Fica mais fácil e menos cansativo para vocês, já que a maioria dos acontecimentos se completam.
Para começar, achei a aparição do ex-noivo da Sylvie um pouco precipitada. É preciso deixar que o público crie uma simpatia pela personagem primeiro para depois começar a envolvê-la em tramas mais profundos. Sem contar que no momento tem muita coisa sendo tratada nos episódios. Poderiam guardar essa do ex-noivo na gaveta para usarem mais na frente. O que tem que ser mostrado agora é a Sylvie para aí sim explorarem suas relações. A surpresa aqui fica por conta da revelação de que foi Harrison que largou Brett, e não ao contrário. O moço agora voltou todo arrependido e pedindo desculpas. Confesso que não fui com a cara do Harrison, ele tem esse ar prepotente que me incomoda muito. Além do mais, ele é desses homens que acham que a função da mulher é ser submissa e faz de tudo para menosprezar as conquistas da Sylvie. Tenho certeza que foi ele quem pagou aquele ladrão para invadir a casa da paramédica e assustá-la. Espero que a Brett não reate a relação com esse encosto. Pela primeira vez ela sente que pertence a um lugar e deve perceber que esse sentimento é porque em Chicago, o Harrison não faz parte da sua vida.
Uma coisa que esperamos muito para ver era a Gabby finalmente em ação como bombeira. Antes eu preferia ela como paramédica, mas era por causa da relação dela com a Shay. Depois que a Shay morreu (eu nunca vou superar a forma preguiçosa que os roteiristas trataram a sua morte, avançando no tempo e achando que flashbacks resolveriam tudo), esse incômodo passou e hoje consigo aceitar essa transição de paramédica para bombeira.
Como é tradição, os bombeiros do caminhão 81 sempre pregam peças no novo cadete. Não é só porque a Gabby é noiva do tenente do caminhão que ela escaparia da brincadeira. E nem deveria, é muito bom ver que ela não quer tratamento diferenciado. A labuta da Gabby já começa quando surgem os problemas com o Welch e seu batalhão machista. Apesar dela já ser conhecida no batalhão 51, era óbvio que iriam colocar alguém para implicar com a cadete que tem um relacionamento com o tenente. Chega até a ser clichê. O escolhido para importunar a Gabby foi o Hermann. Ao mesmo tempo que achei a escolha arriscada, porque o Hermann vem sendo muito rabugento e isso poderia desgastar mais ainda a imagem do personagem, era a opção mais sensata justamente pela sua personalidade. Fiquei feliz em ver que não estenderam muito essa rixa e que em “The Nuclear Option” o Hermann e a Gabby já tinham acertado as diferenças, com o bombeiro inclusive prometendo transformar a cadete em uma excelente bombeira. Está ai a diferença de Chicago Fire para outras séries, que é essa capacidade de pegar o clichê e criar algo novo a partir dele.
Já o Severide continua gastando todo o seu salário nos bares de Chicago. Essa é a forma que o bombeiro encontrou para superar a perda da Shay. O que eu acho que está faltando nessa história é o apoio do pessoal do batalhão. Tudo bem que o Seve é teimoso e ele próprio se isolou, mas já está na hora de alguém puxar ele de volta, oferecer um ombro amigo e falar que ele tem todo o direito de passar pelo seu luto da forma que bem entender, mas que infelizmente não é enchendo a cara que o vazio vai sumir. Isso dele beber é uma situação emergencial, depois o efeito passa e a tristeza vem para engolir mesmo o bombeiro. Até para não ficar algo cansativo e arrastado, tem que mudar o panorama do personagem. Alguém precisa intervir e funcionar como um pilar para o Severide nessa reestruturação pela qual ele vai passar.
Por exemplo, o que o Boden fez pelo Joe. É louvável a atitude do chefe de abrir mão de uma coisa benéfica para ele só para o Cruz voltar a dirigir o caminhão e assim se sentir completo e feliz. Alguém precisa se “sacrificar” um pouco pelo Kelly.
Por fim, depois de receber a visita de sua sobrinha, Casey suspeitou que algo estivesse errado com sua irmã e resolveu investigar. A princípio essa história da irmã do Casey não empolga justamente porque não é algo que envolva o elenco principal. Mas, como não sabemos como vão trabalhar esse plot, dá para dar um voto de confiança e acreditar que os efeitos da traição do ex-cunhado vão reverberar de alguma forma que contribua para a criação da série. Isso porque obviamente o Casey vai se meter e alguma coisa vai respingar no bombeiro. E pode até mesmo ser uma aposta dos roteiristas para ver como o público reage a essas histórias de terceiros.
PS: Gargalhei com o Mouch achando que a Platt iria tirar as multas do Molly’s II ambulante. Até parece que não conhece a peça.
PS: Adoro os pequenos crossovers entre Chicago Fire e Chicago PD.
PS: Quem diria que a maldita água energética traria problemas para o Hermann até hoje. Acho que se ele prometer sumir com todo aquele estoque, e uma possibilidade seria vender no Molly’s II, talvez a birra do Hale desaparecesse.
E vocês, o que acharam dos episódios?
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