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Title: [FILMES] CRÍTICA #55: ANNABELLE
Author: Raphael Gomes
Rating 5 of 5 Des:
Annabelle ganhou fama após sua rápida, porém marcante, aparição em INVOCAÇÃO DO MAL. Após deixar várias pessoas tremendo em frente a s...

Annabelle ganhou fama após sua rápida, porém marcante, aparição em INVOCAÇÃO DO MAL. Após deixar várias pessoas tremendo em frente a sua aparência inocente, a boneca conseguiu um filme para chamar de seu. Confesso que como fã da boneca a ansiedade inicial se transformou em apreensão após o primeiro trailer ser divulgado. Conseguirão manter a qualidade apresentada em Invocação do mal? Mas era hora de parar as comparações e tentar apreciar ele como um filme separado.

Já me decepcionou saber que não usariam a história real da boneca, que é uma versão da mesma que é narrada em Invocação do Mal. Mas pensando melhor, a história real não prenderia quase ninguém em uma hora e meia de filme, era hora novamente de desapegar de tudo que sabia sobre a boneca. O filme se inicia com a mesma cena de Invocação do Mal na qual a estudante de enfermagem conta o que há de errado com a boneca. Satisfez-me ver essa cena, me deixou sorrindo por ver que não deixaram a história real tão de lado assim.

Somos apresentados então à história de como a boneca se tornou um receptáculo do mal. De como ela passou de uma linda boneca de colecionador que se encaixa perfeitamente em todos os lugares, para uma boneca sombria e aterrorizante.


Um casal, que fazia parte de um culto de satanistas, invade a casa de um casal feliz, que espera o seu primeiro filho, e brutalmente tenta mata-los. A polícia consegue impedir a tragédia, mas a mulher, antes de morrer, lança um feitiço sobre a boneca. Sim, parece o começo de "O Boneco Assassino", mas a semelhança para ai. Para a minha felicidade, Annabelle não se movimenta. Há vários closes na boneca, e involuntariamente ficava aguardando ela mexer a cabeça, piscar um olho, sair do lugar, enfim, esse tipo de coisa. Mas bonecos com movimentos deixaram de serem assustadores ainda nos anos 90 e felizmente não usaram isso com ela. Me sinto bem mais apreensivo ao perceber que a boneca saiu do lugar e não saber como isso aconteceu, se ela se mexeu, se foi movida, se há algo mais com ela. Chucky pode se sentir aliviado por não ter uma concorrente correndo por ai.

Os primeiros 45 minutos de filme são sofridos, somos familiarizados com o casal, somos apresentados à nova casa, ao bebê, a um livro satânico e a uma livraria que é completíssima e tem sessões incomuns (“Minha família está sendo assombrada por um espirito.” “Corredor Quatro.”). A criação do ambiente demora bastante, mas vale a pena esperar, Annabelle não esperaria para sempre e logo aprontaria.

A cena da Mia no porão do prédio e a cena em que Annabelle criança corre atrás de Mia são sem dúvida os melhores acertos do filme. Os outros sustos não são tão impactantes, mas são importantes para abalar o psicológico da protagonista, que convenhamos, perdeu a cabeça bem rápido. O final deixou bastante a desejar, que viagem foi aquela da vizinha e a filha morta? Mas, damos um desconto.


Spoilers aqui, se não viu o filme, pule esse paragrafo. Fiquei chocado e assustado com a cena da Mia, no final do filme, batendo a boneca no chão e descobrindo que era na realidade seu bebê. Mas faltou a ousadia e voltaram atrás com isso. Sério, o filme teria um final espetacular se tivesse seguido essa linha de morte do bebê. Não pensem que sou um sádico, mas Mia entregaria a alma bem mais facilmente se tivesse matado seu próprio filho. E teria sido menos vergonhoso que o final apresentado.

O filme não é aquela obra prima, nem tampouco aquele filme assustador que te deixará sem dormir por dias. É lento, fraco, mas consegue mesmo assim entregar o que prometeu uma história interessante sobre uma boneca que é um recipiente do mal. Conseguiram fechar o filme com o começo da história real da Annabelle, não deixando assim brechas para possíveis continuações, odiaria ver a boneca como outro caça-níquel de Hollywood.

Vale a pena ser visto no cinema, só não vá esperando um filme fantástico se for com baixas expectativas se surpreenderá.


25 Out 2014

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Raphael Gomes

Futuro economista, sarcástico e mal humorado, que divide seu tempo livre entre séries, livros, cinema e baladas.
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