O que esperar de uma série que tem como criador, o mesmo que
inspiraram os roteiristas americanos a adaptarem Homeland? Por enquanto é cedo para afirmar algo, sem
contar que vamos combinar que quem aí viu a versão original de Homeland? Pois
é, claro que o nome dele leva um buzz a mais para a série já que a premissa de
Homeland é interessantíssima, mas vamos esquecer essa série que já foi boa e
focar no que realmente interessa que é Tyrant.
O nome da série já diz muito do que ela se tratará e ela se
passando no Oriente Médio, tendo como personagens principais a família do presidente
desse país fictício, teremos no mínimo dois tiranos nesse início, nada impede
que tenhamos mais, já que contar uma história sobre família rica e poderosa que
governam países violentos e pobres falar de tirania é no mínimo um pleonasmo.
Protagonistas que não expressam um sentimento se quer por
causa dos traumas passados já é algo bem comum no mundo seriador. Resta saber
se Bassam “Barry” Al Fayeed sairá da mesmice e nos entregerá um personagem que
vale a pena acompanhar e torcer, até o momento infelizmente não foi isso que
ocorreu, ele é apático, fugiu da sua família quando jovem, tenta ao máximo se
desvencilhar do dinheiro que eles tem, mas no final acaba aceitando tudo mesmo
contra sua vontade.
Jamal Al Fayeed diferentemente do seu irmão, é um personagem
interessantíssimo, é aquele ser desprezível que a gente odeia só de ouvir
falar: é manipulador, tirano, rico, capaz de matar um inocente para mandar uma
mensagem para os seus inimigos e ainda não menos pior, estuprar sua própria nora
simplesmente pelo prazer de saber mostrar para a mais nova moradora da mansão
quem está no comando.
Estupro que usado mais de uma vez no episódio para mostrar
como é difícil a vida da mulher em um país extremamente tradicional. Se em
países liberais, nós já sofremos com todo o abuso que todo dia é encontrado nos
mais diversos setores (roupas curtas, medo de andar na rua por conta dos
estupros, mulher ganhando menos que o homem e etc), os roteiristas de Tyrant
resolveram usar essa opressão, espero que eles usem outros exemplos para
mostrar isso, pois é o que não falta. Além do mais o incômodo de ver um estupro
é muito grande, mais de um num episódio então nem se fala, há outros meios de
passar a mensagem sendo chocante do mesmo jeito.

A série tem elementos de sobra para explorar esse assunto
tão polêmico que é como a sociedade muçulmana atua nos mais variados setores,
resta saber para que lado ela levará. Claro que é pedir demais uma realidade
nua e crua, ainda estamos falando de uma produção americana. Mas ter a coragem
de explorar assuntos polêmicos em solo americano é que são elas. Pelo piloto
acredito que eles vão evitar polêmicas no início, com a série consolidada devem
arriscar, o que não pode é tratar de série sobre Oriente Médio e focar quase
que 80% do episódio em drama familiar chato e tosco.
P.s.*: Sempre os protagonistas tem que ter filhos chatos e sem noção?