Resolvi fazer as primeiras impressões com os dois primeiros
episódios por alguns motivos: o piloto é fraco, mesmo mostrando que a série
pode despontar; a confusão de querer nos dar muitas informações dos personagens
logo no início; e acreditando que com mais um episódio as coisas poderiam enfim
engrenar e empolgar. Ainda bem que eu dei mais uma chance, pois tudo que
faltou no primeiro, sobrou no segundo, mas antes disso vamos conhecer um pouco
do que se trata essa nova série da TNT.
Murder In The First é a nova empreitada policial do canal,
que ao contrário da maioria dos procedurais de casos da semana, resolveu
investir em um caso para a temporada toda. Essa opção que a cada dia ganha mais
visibilidade com produções como The Killing, True Detective, The Bridge é um
acerto, pois consegue agradar gregos e troianos. Aquelas fãs de procedurais e
os não tão fãs assim que precisam de uma história a mais por trás para se
envolver com a trama em si.
Kathleen Robertson (Bates Motel, 90210) interpreta Hildy
Mulligan, uma detetive de homicídios na cidade de São Francisco. Taye Diggs
(Private Practice, Grey’s Anatomy) faz o parceiro de Mulligan, Terry English, ambos excelentes no seu trabalho, mas com problemas pessoais que em alguns
momentos interferem ou irão interferir no trabalho.
Do outro lado dessa história toda, temos o nosso eterno
Draco Malfoy (sdds HP <3) interpretando o jovem, visionário e dono de uma das
maiores empresas de tecnologia do mundo, Erich Blunch, que de uma certa forma
está ligado aos dois homicídios que a série apresentou até o momento. O
primeiro foi o do seu pai biológico que só serviu para nos apresentar Erich como
uma pessoa explosiva, egocêntrica e todos esses adjetivos que estamos
acostumados a ligar à pessoas quando o assunto é gênios da tecnologia. O
segundo e mais importante homicídio foi o de sua comissária de bordo, que é o
ponto de partida na série para ter os detetives no pé de Erich.
O salto de qualidade do primeiro episódio para o segundo foi
gigantesco, se o primeiro foi morno, devagar, previsível e um pouco chato. O
segundo nos entregou uma trama intrigante, com personagens mais dúbios e
consequentemente a imprevisibilidade foi um ponto forte. O desenvolvimento dos
protagonistas foi outro acerto e o que mais me chamou atenção.
Se num primeiro momento a gente tinha um Erich que pouco
queria cooperar com a polícia e tava pouco se lascando para tudo que não fosse
sua própria vida e seus projetos tecnológicos, no segundo episódio já podemos
conhecer um Blunt mais frágil e se importando com os outros. O seu ponto fraco
são as mulheres e Mulligan descobre essa fragilidade e a usa da forma que lhe é
conveniente para obter respostas sobre o caso (mesmo que de forma ilegal). Outra personagem que teve mais
uma camada descoberta, a de mulher que está disposta a burlar as regras para
conseguir provas, o que só confirma que vamos lidar com personagens complexos e
não aquela coisa chata de mocinha x mocinho, já que todos até aqui mostraram
características boas e outras nem tão boas assim.
E foi exatamente por causa disso que no fim do 2º episódio
resolvi dar uma chance para a série, os assassinatos ainda terão que serem
desenvolvidos, com isso mais personagens se tornarão suspeitos. E os
personagens que até aqui já mostraram serem interessantes, se desenvolvidos da
forma correta será delicioso acompanhar os desdobramentos das suas ações, já
que toda ação há uma reação.


