O clima com que começo este review é de puro alto astral: definitivamente The Mentalist retomou o caminho da glória, ajustando os ponteiros do que não estava bom e conseguiu novamente prender a atenção de sua audiência do início até o final, deixando – e isso é o principal – aquele gostinho de mistério para o próximo capítulo. Enfim, a felicidade do lado de cá é geral!
Com um enredo bem montado, no qual ficamos quase que até o último momento sem saber realmente quem tem culpa no cartório, o último episódio reviveu um tema que nós, brasileiros, já estamos bastante fartos por conta de uma novela chamada Salve Jorge: tráfico internacional de mulheres. Duas curiosidades nesse episódio são: 1) Logo na primeira cena, Jane esbarra com um camarada suspeito, o que será o pontapé inicial de toda a trama. Normalmente o crime já vem pronto, digamos assim, mas, dessa vez, Jane teve uma participação direta na abertura do caso; 2) O assassinato propriamente dito se fez por conta de uma mulher que, no início, estava viva (ainda que bem ferida), o que é curioso também, já que normalmente as pessoas tendem a estar mortas e não falarem com eles.
A história vai se desenvolvendo com as sacadas e perspicácias de Jane de sempre, com mais uma vez Abbott indo a campo ao lado de Jane, com planos que, embora muitas inverossímeis, tornam-se agradáveis de serem vistos para que analisemos justamente a maneira que ele irá funcionar. E, como sempre, funciona. A “turma do deixa disso” chega sempre na hora certa e todos chegam em casa sãos e salvos.
Um personagem que já há algum tempo vem ganhando importância dentro do seriado é Jason Wylie (Joe Adler) – que, diga-se de passagem, eu acho assustadoramente parecido com Chris Taylor, baixista da banda Grizzly Bear (pesquisem!) –, que faz o papel do especialista em informática que, claro, consegue as maiores proezas da telemática em frações de segundo, mas, vá lá. Ele faz um tipo simpático, meio atrapalhado, sempre dando uma ou outra bolinha fora, mas que, no fim, sempre tem grande serventia na resolução dos crimes. Teoricamente, ele cobre o que Van Pelt já vinha fazendo em relação à tecnologia, ainda que aparentando muito mais gabarito e competência no assunto.

Outra figura que merece breve nota nesse review é nosso sempre exageradamente sério Kimball Cho que, fugindo ao seu protocolo habitual, chama a atenção na hora em que imita com maestria a voz de um caminhoneiro, forjando uma espécie de sotaque com uma prosódia possivelmente bem peculiar. Todos em volta se chocam com a facilidade com que ele adere àquele universo linguístico. Acho bem legal que, de quando em quando, Kimball saia um pouco desse escudo de aço em que vive e mostre “uma emoção pequena, qualquer coisa que se sinta, tem tantos sentimentos, deve ter algum que sirva”!
No mais, as coisas seguem bem entre Lisbon e Pike, ainda que ela pareça não ter se decidido ainda sobre a ida à capital com ele. Não sei bem onde querem chegar com isso, uma vez que não existe nada em curso sobre a saída de Robin Tunney da série, portanto, ela não irá, ainda assim, fica o climão a respeito disso, principalmente em momentos como o que ela conta a Jane que pretende partir. Fica óbvio que ele se incomoda com isso, embora diga estar feliz por ela. Talvez, no fim das contas esse dilema sirva para que os dois finalmente acertem os ponteiros sentimentais, o que, afinal, eu também acho bastante improvável. Vamos aguardar.
Por fim, ocorreu uma das coisas que mais estava esperando da série: a deixa para o próximo episódio. Com a prisão dos irmãos iranianos (seria isso?!), parece entrar no circuito uma nova figura, poderosíssima, que, segundo eles, acabaria com todo o FBI com a mesma facilidade com que se mata um inseto. Para confirmar isso, o suposto tal sujeito aparece encomendando a morte dos irmãos. Certamente eles não irão abandonar essa belíssima deixa e partir para outra, sendo bem certo que explorarão essa figura até o fim. Cabe esperar para ver exatamente o que isso irá render.