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Title: [REVIEW] THE MENTALIST – S06E18: FOREST GREEN
Author: Felipe Lima
Rating 5 of 5 Des:
É sempre muito revigorante para o espectador quando, após um longo período navegando em águas calmas e serenas, seu seriado de grande e...

É sempre muito revigorante para o espectador quando, após um longo período navegando em águas calmas e serenas, seu seriado de grande estima parece enfrentar algum tipo de tormenta, trazendo com isso novos desafios e uma nova perspectiva do que está por vir. No último episódio de The Mentalist pudemos ter um pouco desse frenesi.

A primeira boa surpresa veio logo no início, quando nos deparamos com uma Lisbon dentro de casa, de cabelos molhados, tendo um pingo de vida pessoal ao lado de Marcus Pike, seu namorado. A cena, por si só, não agrega muita coisa, mas traz esse lado absolutamente desconhecido por nós. A contrapartida disso é que, seja pela falta de costume em realizá-las ou pela nossa falta de hábito em viver tais situações, tudo parece um pouco forçado, um pouco canastrão demais, tornando-se pouco agradável esteticamente falando. Mas, ainda assim, vale a nota e vale o esforço. Estamos precisando sair um pouco do escritório, afinal. Sigo sonhando no dia em que teremos um pouco de Patrick Jane nessa mesma dose!

O enredo do episódio também mostrou-se uma escolha bastante feliz. Saindo um pouco de crimes comuns em que o assassino pode ser facilmente detectado, dessa vez é exigido um esforço maior por parte de quem vê de fora. A ideia de um clube secreto e exclusivo como cenário foi ótima. Eu, particularmente, adoro ver esses ambientes que tanto prezam pelo sigilo sendo irrompidos pela lei. As diretrizes da investigação seguiram diversos caminhos, o que foi bom e, quem sabe, até um pouco exagerado. Realmente achei pouquíssimo necessária a presença de toda aquela história do camarada que teve seus bens congelados, mas, vá lá. Valeu por tudo que acabou por desenvolver. 

Algo que muito me agrada ver e eu já disse aqui, é quando os chefes saem do escritório para ir fazer trabalho de campo. Dennis Abbot, que eu tanto adoro, tem feito bastante isso ultimamente. Dessa vez não foi diferente. Podemos considerá-lo, inclusive, pièce de résistance no desenrolar da trama. Outra coisa crescente no seriado é a corda que ele vem dando para Jane. Sem maiores questionamentos, tudo que nosso protagonista sugere Aboot acata com um sorriso no rosto. Se por um lado isso é um pouco inverossímil, seja pelo perfil psicológico de Abbot, seja pelo próprio bom senso, a contrapartida é a mais sensata possível. Se há anos e anos o cara vem resolvendo absolutamente tudo dessa maneira, é de uma estupidez sem igual querer bloqueá-lo. Deixa o passarinho voar, gente! E assim vem sendo feito. 


Como quase sempre nem tudo são flores, há pontos negativos a serem falado. Dois, para ser mais específico, sendo o primeiro estrito a esse episódio. Digam-me, eu que sou muito chato ou a relação tempo/espaço foi um pouco desrespeitada? Vejamos, se eles estavam a 190km de distância do local do crime e, inclusive foram de helicóptero, como que as testemunhas e suspeitos – e foram vários – chegaram tão rápido à sede? Tá, podemos pensar que o FBI liberou geral, a gasolina está barata e o helicóptero fez diversas viagens, quase na velocidade da luz, mas ainda assim, soa estranho. Eles resolveram tudo em praticamente um dia e quase não anoiteceu, as testemunhas iam e vinham como quem vai à esquina comprar cigarro. Achei que cabia mais atenção por parte dos roteiristas/diretores. 

Já a segunda crítica, é à série como um todo. Gente, como as coisas dão certo! Já repararam? Mas não tem UMA falha, uma mudança de planos, nada. Absolutamente nada. O fator adversidade e conflito é inexistente no seriado. Da maneira como se planeja é exatamente como vai ao ar. E isso é praticamente sempre. Nesses últimos tempos, então, nem se fala. Tudo bem que no fim as coisas saiam bem, tem que ser assim, todos ficamos felizes, mas o durante é que é o problema. Tem que haver um contratempo, um imprevisto, uma falha leve. Irrita um pouco essa simetria absoluta e cristalina onde nada sai fora d planejado. Tenho a impressão de que seria de muito bom tom um pouco de falha durante o andamento das coisas, o que vocês acham?

Por fim, algo que eu já vinha cobrando há algum tempo finalmente reapareceu: o gancho de fim de episódio. Tudo acabava bem, tudo resolvido e nada nos prendia para o próximo capítulo. Dessa vez, ainda que não tenha sido grande coisa, resta a dúvida sobre o futuro de Lisbon. Aceitará ela o convite de seu amado/pedido de casamento e seguirá com ele para Washington DC? Ficará e perderá seu grande amor? Exageros à parte, fica a questão! Ainda que falte bastante profundidade na coisa e um palpite negativo não seria nenhum absurdo, vamos aguardar as cenas do próximo capítulo!

30 Abr 2014

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Felipe Lima

Filósofo e Jornalista, amante das artes em geral e criador do portal Qualquer Bobagem. Um misto entre o óbvio e o nunca visto.
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