Cada capítulo traz um personagem específico no centro da trama. Conhecemos seu passado, o que faziam no "mundo real", quais foram as ações que os levaram a embarcar no fatídico voo, ou mesmo percebemos que alguns estavam mais próximos dos outros do que poderíamos imaginar. Essa dinâmica possibilita o desenvolvimento dos personagens de forma rica e detalhada. Cada um tem seus dilemas e motivações. O mais interessante é descobrir que muitas vezes o estereótipo que construímos de alguns deles está totalmente errado, e nos surpreendemos ao assistir os flashbacks. Isso acontece, por exemplo, com Michael, que achávamos ser um pai ausente por opção, quando na verdade circunstâncias trágicas o levaram a isso. Ou mesmo Locke, que em sua vida só vivenciou tragédia, mas que na ilha age como um "herói".
MISTÉRIOS
Ainda que a série seja essencialmente sobre personagens, foi com com os mistérios que ela tomou notoriedade. Na 1ª temporada tivemos a introdução do "monstro" (com seus sons perturbadores e indistinguíveis), as primeiras aparições dos "outros" e o sequestro de Claire e Walt, as perguntas em aberto a respeito da francesa Rosseau, os números e, claro, a escotilha. Tudo bem construído, em uma trama sendo desenvolvida pouco a pouco, em meio aos desenvolvimentos dos tramas pessoais de cada um. Nesse sentido é inegável que o ano 1 de LOST tenha sido impecável. Foi uma ótima introdução e uma sensação de quero mais ao término (quem não surtou com aquele final, descendo pelo túnel da escotilha, que atire a primeira pedra).
TRILHA SONORA
Por último, mas não menos importante, é preciso destacar a trilha sonora de Michael Giacchino (compositor hoje conhecido pelas trilhas de Star Trek e Up - Altas Aventuras). É raro uma série de TV trabalhar o som instrumental de forma tão marcante como LOST trabalhou. Quase todo personagem tem seu tema musical específico nessa temporada, que dava o tom de cada episódio, de cada flashback, atingindo o ápice em momentos de grande emoção. Ótimos exemplos são as cenas de perigo/aventura, o salvamento de Charlie, a morte de Boone e o nascimento de Aaron, a partida da balsa, ou mesmo quando vemos os momentos finais da partida do voo 815, no season finale. LOST não foi um boom midiático a toa, e a expectativa deixada para a 2ª temporada foi alta.
Mês que vem nos encontramos novamente, com a review do 2º ano. Até lá!