O embate entre Frank e Tusk pela influência no Salão Oval volta à tona. Tendo como pano de fundo as negociações sobre investimentos entre China e Estados Unidos, Underwood consegue prejudicar seu rival através de um jogo arriscado, onde ele mesmo não sai vitorioso.
Em Chapter 18, Frank é obrigado a lidar com a presença do bilionário e diplomata chinês Xandor Feng, que veio para tentar resolver a crise entre Beijing e Washignton (e também mostrar que a China de hoje está muito distante da China de Mao). O chinês propõe um acordo com Underwood onde os EUA não retirariam seu processo contra o país oriental na Organização Mundial do Comércio referente à manipulação do câmbio. Mesmo isso não fazendo o menor sentido em primeira instância logo nos é revelado que a China deseja o câmbio livre, mas quer que pareça, ante a opinião pública, que o país foi forçado a adotá-lo ianques. Em troca, a China investiria na construção de uma ponte nos Estados Unidos, prometida pelo presidente em sua campanha.
E em que isso pode ajudar Frank? O bilionário chinês é parceiro de negócios de Tusk, e Underwood vê aí uma oportunidade de diminuir a influência de Tusk sobre Walker ao não atender as demandas de Feng, culpar seu rival e assim irritar o presidente. Em todo esse processo, o mais notável foi que o presidente Walker pela primeira vez teve pulso firme, o que o levou inclusive a desligar o telefone na cara de Frank e Tusk. Desse modo, apesar de sair prejudicado, Underwood, através de uma tática arriscada, conseguiu estremecer ainda mais a influência de Raymond. Assim, mesmo que Frank não ganhe pontos com o presidente, devido a sua sábia estratégia ele conseguiu atingir Tusk, que agora deverá acima de tudo buscar readquirir a confiança de Walker.

Saindo das relações sino-americanas, temos as consequências da declaração de Claire no episódio passado. Por um lado ela conseguiu uma maior influência no jogo político, mesmo que ainda não tão significativa. É notável ela conseguir usar a primeira-dama para discutir com os militares o compartilhamento da administração das questões de agressão sexual com os civis. Esse assunto é sério e realmente é um problema comum nas tropas estadunidenses, onde o índice de mulheres estupradas é altíssimo e pouco é feito para erradicá-lo. Porém, não acredito que Claire seja uma feminista e realmente lute pela causa, mas sim que ela simplesmente espera que isso resulte em ganhos políticos.
No entanto, a história revelada na entrevista também gera problemas. E é aí que aparece Seth Grayson. Através de uma visita a viúva do médico que fez o aborto em Claire, ele consegue um poder de barganha para se tornar o Chefe de Comunicação de Frank. Como estão vulneráveis, é provável que o casal Underwood o coloque no cargo. Mas o fato é que, assim como eles, desconfio das intenções de Grayson. É bem possível que, contendo tais informações, ele traga problemas para os protagonistas.
E o que falar de Lucas? Sinceramente, eu senti pena do rapaz. Mesmo com seu idealismo ele foi esmagado pelo Estado orwelliano. É fato que desde o começo já desconfiava de que ele estava sendo enganado e que provavelmente seria preso injustamente pelo FBI, o que se confirmou nestes dois últimos episódios. Agora resta sabermos o que resultará daí, se o plot dele terá ou não um propósito real na trama como um todo, visto que é o mais fraco de todos os arcos.
Assim, com Chapter 18, House of Cards continua a consolidar suas tramas e mostra um aumento de tensão em todos os arcos. Tudo isso com a qualidade de sempre, dando indícios de que a segunda temporada poderá superar a primeira.