Nesse segundo arco é possível observar o lado cientifico do
Doctor falando mais alto. Ele manipula fatos e pessoas sem mostrar nenhum
arrependimento, não exatamente por um bem maior, mas principalmente por uma necessidade de aprendizagem um tanto quanto egoísta muitas vezes. Por causa
disso tomamos conhecimentos dos Daleks, e posso dizer que foi um prazer. Pois
esse foi um ótimo Arco! Talvez os escritores tenham se perdido um pouco no
final, mas toda a apresentação dessa grande raça e os questionamentos dos
personagens acabaram se tornando mais marcante.
Não, a primeira palavra dos Daleks não foi extermitade.
No primeiro momento eles não demonstram ser letais, mas através das estratégias
e planos maquiavélicos fica claro que a maior arma não é aquela que eles
carregam acoplada ao seu corpo. Pode até ser um símbolo da força e história dos
Daleks, entretanto a característica predominando deles é a mente, não a força. Como
o próprio Doctor disse “a mente sempre triunfa”.
Outros inimigos do Doctor têm pontos fracos muito óbvios, mas
os Daleks costumam sempre ter um plano de contingencia e poupam esforços usando
o oponente como arma. Afinal, vocês já imaginaram o que aconteceria se todos os
nosso guerreiros/soldados fossem também filósofos e professores? No caso deles
verdadeiros psicopatas, reconhecendo o efeito que algumas palavras e emoções
dissimuladas podem causar e usando isso a seu favor. Afinal essa característica
dos Daleks, de sede por conhecimento e estar sempre o assimilando, é muito
admirável.
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Resumindo o que um dia se tornará a forma básica do Doctor
encarar os seus inimigos, sua filosofia.
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O povo Thals me pareceu quase uma metáfora ao estilo do novo
Doctor (2005), na verdade seria o contrário levando em conta a cronologia da
história. Um povo que não é covarde, não parece ter medo, e mesmo assim decide
fugir por algumas vezes. Evita o combate e acredita em melhores formas de
abordagem. Barbara ainda questiona “Pode o pacifismo ser um instinto humano?”,
só confirmaria que de todos, esse é o principal ponto que aponta a humanidade
do Doctor.
Mas diferente dos Thals, o Doctor sempre soube que lutar é
uma necessidade para a sobrevivência, pois o universo depende dele.
O que torna tudo um tanto complexo e incrível é o fato dos
Daleks e Thals terem em comum o mesmo ancestral. Skaro nos proporcionado
histórias fantásticas desde sempre. Ambush foi sem duvidas o episódio até aqui
com os melhores diálogos, o nível de reflexão se manteve altíssimo até o fim. E
quanto a Chesterton, personagem que junto a Bárbara obteve um destaque maior, só
posso dizer que esse quase ganhou a minha simpatia. Estava admirando a sua postura e
pensamento sobre não usar os Thals apenas como ferramentas de batalha. Mas todo
esse comportamento honrável se desfez quando ele manipulou e até despertou a
violência do povo. Porém foi nesse ponto que os Thals demonstraram ainda mais
honra e coragem, dizendo que não ajuda-los seria o mesmo que sentencia-los a
morte.