Desde a hora em que vi o trailer de "Philomena", no cinema
enquanto esperava "A Menina Que Roubava Livros" começar, fiquei ansioso para vê-lo.
Afinal, Judi Dench estava no elenco e ela não faz qualquer coisa, plus o filme
estava indicado ao Oscar de Melhor Filme. Quando finalmente tive a oportunidade
de assisti-lo, descobri que a minha ansiedade havia valido a pena.
Philomena é uma senhora que na adolescência ficou grávida,
mas como não podia manter o bebê na época, foi morar com freiras e obrigada a
colocar o filho para adoção. Ela manteve esse segredo por 50 anos. Não aguentando
mais guardar esse segredo, ela se junta a um jornalista desempregado, Martin
Sixsmith, para tentar encontrar seu filho.
O filme tem todo o estilo do cinema inglês. Philomena é uma típica
irlandesa, senhora simples, que adora falar e agradar todos, aposto que vai lembrar-se
da sua avó ou alguma velhinha conhecida. Ela me conseguiu arrancar risos com
coisas simples, como contando toda a história do livro pro Martin ou querendo
que colocasse o nome dela de Ana Bolena. Apaixonei-me por essa senhora e torci
pelo reencontro com o filho dela.
Enquanto a maioria dos filmes sobre crianças perdidas segue
um roteiro bem parecido, muito drama, muitas portas fechadas, muita gente
atrapalhando, muitos desencontros, muitas lágrimas... "Philomena" deixa isso de lado à maioria. Sim, há muitas portas fechadas e bastante drama, mas o filme é leve,
te deixa otimista e esperançoso, e também apreensivo por saber onde está
Anthony. O filme arranca risadas e lágrimas na mesma proporção.
A calma da Philomena é algo absurdo e fantástico ao mesmo
tempo. Na situação dela eu já teria ficado desesperado, irritado, mal humorado
e muito raivoso. Mas ela mostra durante todo o filme uma calma tremenda. Colocando-me
no lugar dela, não sei se teria essa calma toda, ainda mais se tratando das
cenas com as freiras.
Falando em freiras, caramba, que bando de mulheres demoníacas,
na boa. Nunca gostei muito de freiras, mas essas conseguem tirar qualquer um do
sério. Vontade de entrar no filme e sair xingando todas. Se eu fosse a
Philomena teria derrubado aquela freira da cadeira de rodas (pronto revelei,
ela merecia. Mas sou uma pessoa do bem e nunca faria isso).
A trajetória dessa mulher precisa ser vista e servir de
exemplo para várias pessoas. Filme lindo e com uma história tocante. Preciso
urgente comprar o livro em que é baseado. Assistam, não irão se arrepender.
O filme foi indicado a Quatro Oscars, Melhor Filme, Melhor
Atriz, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora.
O filme merecia muito o Oscar de Melhor Filme, por ser
excelente e o melhor dos indicados que vi até agora, mas por não ter a
popularidade dos outros indicados duvido muito que leve o principal prêmio. Como aposto em "Walt nos Bastidores de Mary
Poppins" para melhor trilha sonora, também acho que tenha poucas chances nessa
categoria.
Judi Dench merece o prêmio de melhor atriz, sua atuação foi
maravilhosa e ela brilhou cada segundo na tela, como ela sempre faz. Mas, pelos
mesmos motivos do prêmio de melhor filme, acho bem improvável que ela ganhe.
Torço então para ganhar como Melhor Roteiro Adaptado, pois o filme merece muito
ganhar um prêmio.
Gênero: Drama, Comédia
Duração: 98 min.
Origem: Reino Unido
Estreia: 14/02/2013
Direção: Stephen Frears
Roteiro: Steve Coogan, Jeff Pope
Distribuidora: Paris Filmes
Ano: 2013
Classificação Indicativa: Livre
"Eu não abandonei meu filho, ele foi tirado de mim."