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Title: [C.NERD] CRÍTICA #30 - PHILOMENA
Author: Raphael Gomes
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Desde a hora em que vi o trailer de "Philomena", no cinema enquanto esperava "A Menina Que Roubava Livros" começar, fi...
Desde a hora em que vi o trailer de "Philomena", no cinema enquanto esperava "A Menina Que Roubava Livros" começar, fiquei ansioso para vê-lo. Afinal, Judi Dench estava no elenco e ela não faz qualquer coisa, plus o filme estava indicado ao Oscar de Melhor Filme. Quando finalmente tive a oportunidade de assisti-lo, descobri que a minha ansiedade havia valido a pena.


Philomena é uma senhora que na adolescência ficou grávida, mas como não podia manter o bebê na época, foi morar com freiras e obrigada a colocar o filho para adoção. Ela manteve esse segredo por 50 anos. Não aguentando mais guardar esse segredo, ela se junta a um jornalista desempregado, Martin Sixsmith, para tentar encontrar seu filho.

O filme tem todo o estilo do cinema inglês. Philomena é uma típica irlandesa, senhora simples, que adora falar e agradar todos, aposto que vai lembrar-se da sua avó ou alguma velhinha conhecida. Ela me conseguiu arrancar risos com coisas simples, como contando toda a história do livro pro Martin ou querendo que colocasse o nome dela de Ana Bolena. Apaixonei-me por essa senhora e torci pelo reencontro com o filho dela.


Enquanto a maioria dos filmes sobre crianças perdidas segue um roteiro bem parecido, muito drama, muitas portas fechadas, muita gente atrapalhando, muitos desencontros, muitas lágrimas... "Philomena" deixa isso de lado à maioria. Sim, há muitas portas fechadas e bastante drama, mas o filme é leve, te deixa otimista e esperançoso, e também apreensivo por saber onde está Anthony. O filme arranca risadas e lágrimas na mesma proporção.

A calma da Philomena é algo absurdo e fantástico ao mesmo tempo. Na situação dela eu já teria ficado desesperado, irritado, mal humorado e muito raivoso. Mas ela mostra durante todo o filme uma calma tremenda. Colocando-me no lugar dela, não sei se teria essa calma toda, ainda mais se tratando das cenas com as freiras.

Falando em freiras, caramba, que bando de mulheres demoníacas, na boa. Nunca gostei muito de freiras, mas essas conseguem tirar qualquer um do sério. Vontade de entrar no filme e sair xingando todas. Se eu fosse a Philomena teria derrubado aquela freira da cadeira de rodas (pronto revelei, ela merecia. Mas sou uma pessoa do bem e nunca faria isso).


A trajetória dessa mulher precisa ser vista e servir de exemplo para várias pessoas. Filme lindo e com uma história tocante. Preciso urgente comprar o livro em que é baseado. Assistam, não irão se arrepender.

O filme foi indicado a Quatro Oscars, Melhor Filme, Melhor Atriz, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Trilha Sonora.

O filme merecia muito o Oscar de Melhor Filme, por ser excelente e o melhor dos indicados que vi até agora, mas por não ter a popularidade dos outros indicados duvido muito que leve o principal prêmio. Como aposto em "Walt nos Bastidores de Mary Poppins" para melhor trilha sonora, também acho que tenha poucas chances nessa categoria.

Judi Dench merece o prêmio de melhor atriz, sua atuação foi maravilhosa e ela brilhou cada segundo na tela, como ela sempre faz. Mas, pelos mesmos motivos do prêmio de melhor filme, acho bem improvável que ela ganhe. Torço então para ganhar como Melhor Roteiro Adaptado, pois o filme merece muito ganhar um prêmio.


 Gênero: Drama, Comédia
 Duração: 98 min.
 Origem: Reino Unido
 Estreia: 14/02/2013
 Direção: Stephen Frears
 Roteiro: Steve Coogan, Jeff Pope
 Distribuidora: Paris Filmes 
 Ano: 2013
 Classificação Indicativa: Livre





"Eu não abandonei meu filho, ele foi tirado de mim."
16 Fev 2014

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Raphael Gomes

Futuro economista, sarcástico e mal humorado, que divide seu tempo livre entre séries, livros, cinema e baladas.
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