Quem diria que a história sobre a compra dos direitos de
filmagem de Mary Poppins poderia ser tão interessante e tocante. Walt Disney, após
prometer as suas filhas que levaria a telona Mary Poppins, tenta há 20 anos
conseguir os direitos para transformar a promessa em realidade. Sra. Travers,
autora dos livros, decide dar uma chance as negociações e viaja para Los
Angeles, a fim de acompanhar o desenvolvimento do roteiro.
A autora é uma mulher bem ranzinza, sem papas na língua e de
poucos amigos. Mesmo parecendo ser um personagem insuportável, passamos a nos
importar com ela já no começo do filme. Torci por ela, e até ri muito com a sua
antipatia e falta de tato. Vi uma mulher apaixona pelo universo que criou e
assustada com a ideia de entregar esse personagem, que é como família para ela,
para alguém que não entendia muito bem a história.
Enquanto acompanhamos as tentativas de Disney e da produção
em agradar e dobrar Travers, somos presenteados com flashbacks da infância da
autora, nos permitindo aprofundar nos medos da mesma. Tudo é levado com uma
simplicidade fantástica, deixando o filme gostoso de assistir. Torcemos por uma
Travers adulta, e nos emocionamos com uma infância difícil da mesma.
As histórias contadas paralelamente nos deixam emocionados
durante várias partes do filme. Então se você é uma dessas pessoas que ficam
com os olhos marejados facilmente, prepare-se para derramar algumas lágrimas, leve lenços. Fantástico
é a palavra que nos vem à cabeça ao final do filme, enquanto estamos afastando
as lágrimas intrusas que embaçam nossa visão.
O filme é perfeitamente dirigido, contém uma trilha sonora
gostosa e peça fundamental em cena. Mas o maior acerto do filme é no elenco.
Tom Hanks brilha interpretando Disney, é ótimo vê-lo em cena, ficou parecidíssimo
com o real. Emma Thompson foi espetacular na sua atuação, para falar o mínimo.
Uma interpretação poderosa em um papel bem difícil de ser interpretado. Paul
Giamatti teve um pequeno papel, mas foi muito bem utilizado, não nos deixando esquecer
sua presença ali, além do que podíamos sentir as pequenas mudanças na
personalidade de Travers através de suas cenas. E não podemos esquecer também Colin Farrell.

O filme levou uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor
trilha Sonora. A trilha sonora é realmente maravilhosa e torço para que ele
leve a estatueta. Mas me senti indignado pela falta de indicações aos
principais prêmios. Emma Thompson merecia pelo menos uma indicação a melhor atriz, sua atuação
foi impecável e foi uma tremenda injustiça. Oscar decepcionou por negligenciar
esse filme.
O filme ainda não estrou no Brasil, estréia ainda em Março, logo após a cerimonia do Oscar. Se puder ver no cinema vá, pois vale muito a pena.
Gênero: Drama
Duração: 125 min.
Origem: Estados Unidos
Estreia: 07/03/2014
Direção: John Lee Hancock
Roteiro: Kelly Marcel, Sue Smith
Distribuidora: Disney/Buena Vista
Ano: 2013
Nota DDS:
"Ventos do leste, magia chegando. Como se algo estivesse, preste a acontecer. Não consigo dizer o que o destino nos guarda. Mas sinto que está para acontecer. Tudo que já aconteceu..."