Os primeiros casos servem basicamente para mostrar a mudança na dinâmica entre a equipe e para introduzir neste universo Lincoln Lee, que tem papel fundamental numa Fringe Division sem Peter. Alias, por um momento eu pensei que fosse rolar algo entre ele e Olive, mas ainda bem que não. Eles são fofos, mas no outro universo.
Quando os casos vão andando e o Lado A e o Lado B começam realmente a trabalhar em conjunto para resolver um crime envolvendo um serial killer do Lado B, vemos como a ausência de Peter alterou as coisas lá também. AltLivia continuava com Frank uma vez que, eles tinham terminado devido ao fato dela ter engravidado de Peter e: sem Peter, sem filho, sem termino. E mostra, também, que inúmeros fatos que nada se relacionam com Peter sofreram alteração na timeline reescrita que é diferente da Original [que vínhamos acompanhando até o momento] como, por exemplo, o AltBroyles vivo – pois estava preso por ajudar Jones nos seus planos com Bell –, Rachel e Greg nunca se separaram, Olivia matou seu padrasto nessa nova timeline (ela fala para Altlivia isso em S04E02) e o principal, na timeline original Peter chegou a fase adulta pois foi salvo por Walter e por September. Nessa timeline reescrita, ambos os Peters morreram, pois September não os salvou. Logo, ele se tornou um paradoxo e foi apagado dessa nova linha temporal. E os universos não estavam em guerra, pois, estavam trabalhando em conjunto já que, pela união ocasionada pela ponte, o que acontecesse em um, afetaria o outro. As leis da física estavam balançadas e os universos em deterioração, como o próprio Walter afirma.

Porém Broyles sabiamente afirma que “algumas pessoas deixam uma marca indelével em nossa alma. Algo que não pode ser apagado”. Peter deixou sua marca em Olivia e Walter e eles se lembraram dele, sonhavam e ouviam Peter pedindo ajuda. Então ficava claro que ele iria voltar. Além disso, as leis da física já estavam meio abaladas pela deterioração dos universos. E, estamos falando de Fringe, e isso tem explicação científica. Existe algo na física quântica chamado de “Apagamento Quântico” que, basicamente, nos diz que se pode apagar algo do passado sem eliminar a influência deste passado no futuro. Confuso? Resumindo com exemplo: Peter sumiu, mas a ponte entre os universos continuou certo?! Por isso! O passado foi apagado, mas a influência dele no futuro não completamente. Além disso, é possível que alguém faça algo para que esse passado seja trazido de volta. É como se o passado sumisse de nossa visão, mas ele não deixa de existir, ele fica numa espécie de isolamento. A influência de Peter permaneceu na realidade na qual ele viveu, através da ponte, e os laços afetivos criados são fortes demais [como os de Peter com Walter e Olive], então esse passado que estava no isolamento pode ter sido trazido de volta. Por tanto, a volta de Peter não é tão absurda assim.
E nisso, temos o retorno de um Peter que lembrava de todos, mas não era lembrado por ninguém. Mas ele foi essencial para ajudar a solucionar casos que ele conhecia de outra linha temporal e, aos poucos, Olivia vai tendo sonhos e memórias que a levam de volta à Peter. Ela recuperou as memórias da outra linha do tempo, as memórias que a ligavam a Peter, pois o laço que ambos haviam criado eram fortes demais. Laços. A palavra marco da temporada. Os personagens criaram laços, se aproximaram mais uns dos outros, universos se uniram, e quando todos estão adaptados a presença do Peter e gostam dele, surge uma crise causada por Bell, embora todos acreditem ser Jones, que queria acabar com este universo para construir o seu próprio. Como mencionei acima, a união dos universos balançou as leis da física então o caminho para destruir os universos estava facilitado. A ponte precisava ser fechada, porém, essa união estava servindo de cura para o lado alternativo e o encerramento desta conexão pararia este processo. Mas era isso ou morte. E neste momento temos cenas muito bonitas que merecem destaque.

O fechamento da ponte por fim acaba por prejudicar os planos de Bell, pois a conexão entre eles fica mais difícil. Mas a Olivia, com suas habilidades era o gatilho de energia que Bell precisava para causar um colapso neste universo e ela precisava morrer como September havia alertado. E ela o fez. Porém, embora até esse episódio duplo que compõe a season finale nada havia sido mencionado, o Cortexiphan havia rendido a Olivia capacidade de cura, logo, ela acaba por sobreviver ao tiro dado nela por Walter. E esse episódio provou que entre a dupla antiga de laboratório, era a pessoa errada que estava num hospital psiquiátrico. Bell, era maníaco minha gente. E a cena fofa que nos brinda na finale é Olivia dizendo a Peter que está grávida, num momento de pura emoção por parte do Walter e de Astrid observando os dois aproveitando seu momento.

Acho válido ressaltar que os personagens secundários [Leia-se Astrid e Lee] foram melhor aproveitados nesta temporada e ver as duas "Astro’s" se relacionando, descobrir que café do outro lado é luxo [Deus me livre disso, a cafeína é o que me move], foi maravilhoso. Parabéns, Jasika que foi fantástica, ainda mais, nesta temporada.
O fim poderia ter sido ali. Não seria suficiente para mim, mas teria sido aceitável. Mas, graças aos fãs, Fringe ganhou sua quinta temporada com um assunto que sempre me intrigou e me deixou com água na boca no mesmo episódio que eu citei acima. Era preciso preparar o coração.
Precisamos voltar para um episódio especifico da quarta temporada. “Letters Of Transit” (S04E19) onde damos uma pequena viagem ao futuro, para 2036, e vemos Etta (filha de Peter e Olivia), Peter, Astrid e Walter. Mas nada de Olivia. Onde estava Olivia que não estava presa no âmbar com o resto do time? Etta carrega consigo uma bala no pescoço. A bala que havia matado sua mãe para salvar o mundo. Então, vemos o desenrolar de tudo isso na quinta temporada [assunto para outra review].
Agora, eles estavam vindo.