Para você que é novo na série, pode pular para o segundo parágrafo. Agora, se você é um dos que, como eu, aguentou por dois séculos (sim, foi essa a impressão que tive) ou pegou ao menos um pouco do tempo desse hiatus, a espera está quase no fim. Faltam apenas 6 dias para o retorno de Sherlock Holmes, e a cada um desses dias, soltarei uma review dos 6 episódios da série que já foram ao ar. Isso nos dá a oportunidade de relembrar e discutir sobre a série, até o dia que a terceira temporada for ao ar.
Se você não sabe, Sherlock foi baseada nos livros de Sir Arthur Conan Doyle. Eu sou chato com adaptações. Ainda mais se sofrem mudanças drásticas. Porém, Sherlock é a única adaptação que eu não critiquei de forma negativa. Pelo contrário. A série se tornou minha preferida, e com certeza, a de muitos. Isso pelo fato de que ela foi adaptada de uma forma inteligente, seguindo o mesmo nível dos livros, ou quem sabe, até maior. A atuação de Benedict Cumberbatch na série é quase impecável, superando até mesmo a de Robert Downey Jr., que teve uma das melhores atuações como Sherlock, pra mim, até o momento.
Um dos clássicos romances canônicos de Sherlock Holmes, A Study in Scarlet, é a base para este episódio. E assim, como no livro, A Study in Pink me conquistou de forma única. O capítulo começa nos mostrando um pouco do nosso querido Dr. John Watson. Um veterano de guerra, aposentado por invalidez, solteiro, e manco de uma perna (todos julgam como sendo um problema psicossomático (traduzindo: todos acham que ele tá de frescura)) por ser baleado no campo de batalha. Com muita coincidência, John, em busca de alguém com quem dividir as despesas de um apartamento, conhece Sherlock.
Logo de cara, Sherlock analisa poucas coisas em John, e começa a deduzir sobre sua vida. Após ele explicar para John, mais tarde, como ele conseguiu adivinhar tudo, Watson, assim como eu do outro lado da tela, ficou surpreso e admirado com o feito. A diferença foi que ele disse um “Amazing”, e eu soltei um “P@#$ QUE PARIU!”. Me pergunto muitas vezes como Sherlock consegue ser tão arrogante, frenético, insensível, e brilhante.
A missão de Sherlock em "A Study in Pink" é encontrar o responsável pela morte de 4 pessoas, que, a princípio, todos achavam que fossem casos de suicídio. Todos, menos Sherlock. Desde o princípio, fiquei intrigado com o fato de que nenhuma vítima possuía nenhuma conexão entre si, além do veneno utilizado. Minha teoria foi: "O assassino tem matado por prazer".
O caso desse episódio sofreu algumas alterações se comparado com o original. O desfecho nos livros foi mais simples e direto. Na série, ele se estendeu um pouco além, e nos mostrou como seria se Sherlock fosse uma das vítimas do taxista. Isso nos deu uma perspectiva diferente, e bem maior, sobre o vício de Sherlock de provar a si mesmo a sua própria inteligência.
E então minha teoria foi por água abaixo. O taxista matava por dinheiro. Por um momento eu senti pena dele. Mas no fundo, vendo pela perspectiva dele, como se meu fôlego de vida estivesse contado, talvez eu não teria feito diferente. Ele não fez por ser um psicopata. Ele fez por amor. E ele não tinha mais nada a perder. Porque não arriscar?
No fim, todos ficamos nos coçando para saber se Sherlock tinha escolhido a cápsula certa ou não. E se nós ficamos assim, imagina o próprio Holmes? Eu queria que ele pisasse no taxista pra arrancar essa resposta, e não um nome de um tal de Moriarty. *ironia*
De fato, Moffatt e equipe fizeram um ótimo trabalho com essa adaptação. E o que mais esperamos é que, os próximos episódios sigam o mesmo nível, e que, por possuir apenas 3 episódios por temporada, não tenha um hiatus muito grande. *double ironia*.
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