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Raphael Gomes Raphael Gomes Author
Title: CANTINHO NERD: Crítica #18 - CARRIE
Author: Raphael Gomes
Rating 5 of 5 Des:
Seguido de perto pelos fãs de Stephen King desde o anuncio de sua produção, Carrie, se tornou rapidamente um dos filmes mais aguardados e c...
Seguido de perto pelos fãs de Stephen King desde o anuncio de sua produção, Carrie, se tornou rapidamente um dos filmes mais aguardados e comentados de 2013. Mas ser uma releitura de um livro tão famoso, que já teve uma adaptação para o cinema que é considerado um clássico é um peso muito grande. E o filme não consegue suportar esse peso.


Tentar não se lembrar de uma adaptação anterior é uma das melhores formas de não ficar julgando o filme inteiro desde o começo. Então ao entrar na sala de cinema tentei me esquecer da cara de permanentemente assustada que a Sissy Spacek tem, e que coube tão bem para o personagem. Tentei esquecer tudo e realmente apreciar o filme.

Mas o filme já começa com uma cena bem tosca. O nascimento de Carrie mostrado daquela forma foi muito mais cômico que assustador, foi totalmente desnecessário. A mãe dela pensava que estava com câncer, Oi? Juro, segurei o riso. Margaret é uma fanática religiosa, mas a ponto de não reconhecer uma gravidez é demais.


Mas não vamos já começar a apontar os erros do filme, vamos começar com as coisas boas. Julianne Moore carregou o filme nas costas. Chloe possui um talento incrível, ninguém tem dúvida disso, mas a estrela não conseguiu brilhar perto da de Moore. As cenas da Margaret foram, de longe, as melhores partes do filme. Os olhares vagos, as expressões, os trejeitos... Moore conseguiu reunir tudo isso e não fica caricata. O filme vale a pena ser visto só por causa dela, e adorei ela ter um espaço bem expressivo no filme. Para mim, foi à única parte realmente séria no filme.

A Chloe deu uma boa Carrie, sua timidez que já parece ser um elemento da sua personalidade, deu maior credibilidade para o papel. O foco no desenvolvimento dos seus poderes foi bem mais explorado nessa adaptação e isso foi um ponto positivo. A carinha de inocente dela no baile era tão bonitinha, tava achando que o Tommy não iria resistir e a beijaria.


Os efeitos especiais tiveram seus momentos, nas cenas do baile, do carro e em outras foram muito bem produzidos. Aliás, toda a sequência de destruição do ginásio foi muito bem feita, parabéns por isso. Mas em outros momentos foi sofrido ver aquilo, a Carrie voando, meu deus, foi tão ruim que eu quase chorei. Também quase chorei com a personagem Sue, meu deus, que atriz fraca, não conseguia transmitir emoção nenhuma.

A parte ruim do filme foi que essa adaptação foi voltada para adolescentes. A seriedade tanto do livro quanto da primeira adaptação foi deixada de lado. O filme adquiriu um tom mais cômico, e isso foi um pouco decepcionante, pois o sucesso do filme sempre foi baseado na tensão psicológica que ele arrastava até culminar nos acontecimentos do baile. Nessa adaptação as piadinhas foram frequentes até demais, e se não fosse pela mãe da Carrie, o filme seria quase uma comédia.

O bullying foi muito bem exposto, com toda a situação envolvendo vídeos e divulgação dele. Mas senti que faltou aprofundar em outros temas importantes do filme. Fanatismo religioso, raiva, entre outros, ficaram de lado. Confesso que sai do filme com a sensação de ter visto uma adaptação superficial e limitada.


Outros erros grosseiros, na cena do nascimento, a tesoura sumindo da cama e o cordão umbilical magicamente cortado. Ou Carrie trancando todos no ginásio, matando praticamente todo mundo lá dentro, e quando sai, tem um MONTE DE SOBREVIVENTES. De onde surgiu tanta gente? Havia mais gente lá fora que dentro do ginásio, antes de começarem as mortes. Pessoas brotaram do chão ali. Foi decepcionante, pois era pra somente poucas pessoas escaparem.

A cena de sexo, clássica em filme do gênero, estava lá, mas bem censurada. Colocaram uma coberta por cima dos pombinhos, e a cena foi tão desnecessária que quase passou despercebida.

Não sei se foi pela espera, ou pelas promessas, mas o filme acabou não entregando tudo que prometeu nas divulgações. Não chega a ser ruim, Julianne Moore salva ele, mas também não chega a ser bom. De uma escala de 1 a 5, uma nota 2,5. Vale assistir, mas não é para tanta expectativa. (próximo post colocarei as televisõezinhas do blog como indicador de qualidade hehehe)


"Eu achei que você era câncer."

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