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Title: [PAPO DE SERIADOR] AMOR E UNIVERSOS PARALELOS
Author: Diário de Seriador
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Caro amigo seriador, pegue seu alcaçuz e seu milk - shake de morango e vamos conversar um pouquinho. Todos nós, sempre temos aquela séri...
Caro amigo seriador, pegue seu alcaçuz e seu milk - shake de morango e vamos conversar um pouquinho.

Todos nós, sempre temos aquela série que todo mundo ama e idolatra guardadinha na geladeira para assistir depois. Seja pela falta de tempo, pela faculdade, porque não quer ver agora ou porque, simplesmente sem motivo, você não assiste e enrola. Prazer, estou incluída no último caso. 

Não que a faculdade não atrapalhe minha vida de seriadora, ela atrapalha, mas eu sempre lidei bem com os dois lados da moeda. Talvez eu tenha demorado porque eu estava revendo, mais uma vez, os episódios de Castle. Ou porque estava tentando superar o fim de Breaking Bad e não queria outro fim naquele momento. O fato é, comecei a maratonar Fringe a cerca de 2 semanas e fui pega pela depressão pós fim de série de maneira irremediável ontem, quando terminei a série.

Uma vez uma amiga me disse “Quem ama Fringe não ama pela metade” e eu nunca entendi o que ela quis dizer com isso. Até terminar a série.  Nunca entendi esse amor louco que movia os fãs da série, a busca por teorias, o ficar louco com os casos. Na realidade, acho que posso afirmar que nunca entendi os fãs de Fringe.

Até me tornar uma. Me questionei o porque Fringe era tão amada e querida pelos fãs, assisti e, em meio as lágrimas em meus olhos na Series Finale, encontrei a resposta.

Fringe é aquela série que Ficção científica que nos traz uma trama perfeita, de casos que se entrelaçam, onde os 100 episódios que a série nos deu não foram suficientes para matar a vontade de mais casos, de mais universo alternativo, de mais tudo.

Descobri que ser fã de Fringe vai além de assistir um episódio. É você questionar, se atentar aos detalhes que moldam a série, é você querer entender todas as linhas temporais, teorias malucas e querer saber mais desse complexo universo que nos presenteou, sim nos presenteou, com personagens maravilhosos que é impossível não se apegar e nos presenteou com aquilo que a maioria dos fãs de ficção científica não gosta: o amor.

Muitos não gostam de amor em ficção científica porque ele é uma resposta simples e direta para tudo que acontece. Ele é a resposta rápida para todos os problemas desde que mundo é mundo.  Mas em Fringe, ele não é  a solução dos problemas. Ele é a causa e a estrela que norteia toda uma busca pela solução dos mesmos. O amor de um pai pelo filho e a ânsia de não poder viver sem ele. O amor de um filho pelo pai. O amor entre duas pessoas que vai além de universos. O se doar pelo outro e dar a vida pelo outro. O abandonar, mas o voltar. É uma série que mostra os seres humanos no auge de sua imperfeição, na busca desenfreada por querer evoluir, mostra que os erros são normais e que, muitas vezes, cometemos eles mais de uma vez. Mas não é impossível voltar atrás. Mostra que o amor e todos os nossos outros sentimentos, são aquilo que temos de mais importante e, que por mais que a ciência avance a níveis absurdos, é nisso que devemos nos manter firmes.  São nossos sentimentos que nos fazem humanos e eles são, sim, nossa maior fortaleza.

Eu senti Fringe. E ali entendi esse amor louco pela série. Fringe me mostrou a importância do amor, sem pesar na dose. E eu amei Fringe. Com todo esse coração de seriadora que eu tenho, eu amei Fringe. 

Ao longo de cada temporada, Fringe foi me mostrando que toda ciência e todo caso que pareciam sem sentido e apenas loucuras que ficariam esquecidas apenas na memória, voltam a fazer sentido lá na season finale.

Ser Fã de Fringe é assistir cada episódio com o Glyph Code ao lado para saber a palavra do dia – vantagens de se começar posteriormente é já saber do glyph code na season 1.

Ah, como eu shippei nesta série. E como fui uma shipper feliz. E triste ao mesmo tempo. Como minha alma e essência de cientista ficaram felizes com cada caso, cada teoria e cada plano do Walter. Como eu aprendi que vacas são animais lindos – e que podem mugir alto depois de uma refeição. Como eu amei Astro...Agnes...Asgard... digo Astrid. Como eu amei Olivia, minha Liv que por mais de uma vez eu queria pegar no colo e abraçar porque ela é a típica protagonista que você adota (com Anna Torv interpretando isso também não foi lá muito difícil), como eu amei Peter, Walter e todas as versões alternativas possíveis. 

Muitos me falaram, lá no começo da série, para não começar porque não sabiam se a série iria durar. A trama estava meio aleatória na season 1 e, muito provavelmente, a série não chegaria a season 2. Mas Fringe evoluiu. Tudo aquilo que era meio nebuloso no começo mostrou uma nova faceta  de forma mágica. A série é marcada por detalhes. Por retalhos dos casos que são deixados para trás não para serem esquecidos e, sim, para irem fazer todo sentido lá no fim. Quando tudo está para acabar e os roteiristas vão lá e te colocam lágrimas nos olhos te fazendo lembrar de tudo. E você para pensa “Eu lembro disso! Lá da season 1! Meu Deus!” 

Pode ser meu olhar tardio, de quem viu a série depois do fim. Mas a season 1 é ótima e essencial para todo o  restante que vimos acontecer na trama. Ela nos mostra os laços sendo criados e nos coloca numa base sólida de conceitos para que as temporadas posteriores possam atingir a magnitude de qualidade que atingiram.

A segunda e terceira temporada – minhas favoritas – foram aquelas que firmaram a série e nos deram aquela expectativa para o que viria depois. Expectativa. Foi aí que muitos fãs se revoltaram, e alguns largaram a série, porque a quarta temporada mudou o rumo das coisas e a quinta temporada é “completamente” – aspas merecidas- diferente das outras. Mas em Fringe tudo faz certo sentido dentro das linhas temporais e a ultima temporada, com doloridos apenas 13 episódios, cumpriu seu objetivo.

Sempre me pergunto o que os americanos tem contra sci-fi. Não culpem a emissora, amores meus, elas trabalham baseadas em lucros e não podemos culpa-las por isso. Desde o fim de Firefly ainda na primeira temporada tenho medo de começar séries sci-fi – meu estilo mais amado- porque sei que vou sofrer com cancelamentos. É quase um karma.

Acompanhei de longe as lutas e campanhas dos fãs contra o cancelamento. Não querendo que seu tempo com a série fosse roubado como aconteceu com o tempo de Peter e Walter. Eu gostaria de mais temporadas de Fringe, mas acho que o final foi digno e manteve aquilo que a série nos deu: Ficção científica de qualidade.

A Series Finale, meus amigos resultou em olhos inchados, soluços  e o fim dos estoques de lenços de papel. Nunca, Nunca chorei tanto no fim de uma série como em Fringe. Sim, ganhou de Breaking Bad que, até então, tinha sido meu record em choro. Nos mostrou toda a relação dos personagens, o carinho entre eles e o carinho dos roteiristas para com os fãs. O cuidado em manter a história, o enredo e esse entrelaçar de casos insanos e adoráveis que vimos nos 100 episódios que tivemos da mais brilhante série sci – fi do(s) universo(s).

Para mim ela foi. Ela se tornou umas das minhas coisas favoritas. (Ah, se Castle não existisse).

Sentirei falta do Walter errando o nome da Astrid. Sentirei falta da Gene. Sentirei falta de ver o universo alternativo. Sentirei falta de Bolivia, Lincoln, os planos, das respostas loucas, a Olivia sendo fodona com suas habilidades, do Cortexiphan. Sentirei falta daquele Observador que aprendemos a amar: September e, porque não, dos outros 11 originais. Todas as despedidas entre eles na season 5, são a nossa despedida da série e, faço minhas as palavras de Astrid “Isso não é fim, Walter”. Não, Astrid. Não é.

Sentirei falta de ouvir “Foque na sua habilidade”, de ver como a música é importante, de como apenas um “pai ” diz muita coisa. De como mesmo nos piores momentos você ainda pode pensar em comida! De como duas versões de você, pode trazer problemas e soluções ao mesmo tempo.

Chorei ao descobrir os dois últimos Glyph codes da série. LOVED e CLOSE. Ah, Fringe. Como você foi amada e, ainda é, pelos seus fãs. Amor. A palavra que moveu a série do seu inicio ao seu fim. A palavra que melhor define nossos sentimentos pela série. E quem seu sou para falar de amor quando eu aprendi em tão pouco tempo a amar essa série? Mas nem sempre se pode mudar o destino. E Fringe teve seu fim.


 Fringe pode não ter sido reconhecida por premiações e não ter o maior público entre as séries de TV. Mas o público que ela possui fez o que pode para fazê-la durar e a amou incondicionalmente.

Não sei bem como terminar esse texto, mas acho que a melhor forma é oferecendo a vocês a Tulipa Branca. Obrigada a cada um que me indicou Fringe, que me disse “para de rever Castle e vai assistir de uma vez”, ou então “Você que é fã de sci-fi vê logo”. Obrigada! Obrigada Mila (Camila Menezes) que foi a primeira a me mostrar esse amor imenso e louco pela série, você foi o principal incentivo para eu começar. Nada impulsiona mais um seriador a ver uma série do que ver o amor de outro seriador pela mesma. E, para mim, você é a o maior exemplo de amor a essa série, obrigada Mila. Obrigada.Obrigada Aninha, Cana, Kid (Carlos) e Vick que seguram minha mão virtualmente em cada episódio.

Obrigada Fringe. E, eu sei que, em universo paralelo mais justo, nós teríamos mais tempo para aproveitar essa série fantástica que pulou da minha geladeira para minha segunda série favorita de todos os tempos.


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