“E o preço de um grande amor é a infelicidade quando um dos dois
morre.”
Doeu! Como doeu perder dois
personagens tão queridos em uma única temporada. Downton mostrou todo o seu
poder e maestria em um episódio de transição, da morte para a vida. A série já
em seu primeiro episódio brilhou e mostrou que já podemos esperar mais uma
grande temporada.
Poucas séries podem ser citadas
como que sabem trabalhar o luto. E aqui temos um episódio voltado para esse
sentimento. Downton Abbey se sobressaiu
impecavelmente, o luto de Lady Mary foi delicado, intenso, raivoso, vimos todas
as fases do “pós-Matthew” serem trabalhadas com uma sutileza que adicionada com
o talento de Michelle Dockery, ficou um espetáculo. Com a ajuda de Carson e
diálogos muito bem construídos vimos o luto se transformar em força. Lady Mary
saiu da terceira temporada como rocha e entrou na quarta como um furacão.
“Quando seu único filho morre você deixa de ser mãe. Não se é mais nada
na realidade.”
Lógico que Mary não foi a única
que sofreu a perda. Os olhares também foram voltados para Isobel, que “superou”
a morte de seu único filho da maneira que sabe melhor, ajudando o próximo. Mas
não conseguiria isso sem um empurrãozinho de Edith, Hughes e Violet, aliás,
Violet é uma personagem maravilhosa. Uma pessoa ser tão irônica, forte e ter um
coração tão grande na hora da necessidade de alguém. Muito diva!
O ano que estamos agora é 1922.
Já se passaram 10 anos desde o incidente do Titanic que desencadeou a origem da
história. Sendo assim, não posso deixar de falar do valor histórico da série.
Além da exibição da Segunda Guerra Mundial, temos a invenção da eletricidade,
telefone – e agora a batedeira – e o impacto que aquilo causou. Vimos a
transformação do comportamento das pessoas durante esses 10 anos, os valores
sociais, religiosos, amorosos sendo modernizados. Gradualmente e lentamente.
Quanto ao Downton, depois de
perder seu herdeiro se vê em conflito. De um lado temos um Robert que quer
comandar, ter direitos sobre os bens do pequeno George. Acha que Mary é mulher,
é fraca, não pode conhecer a dura realidade de gerenciar propriedades, por
outros temos o adorável Branson que não mediu esforços para mostrar o valor da
mulher, como bom modernista que é.
Porém voltaram os fantasmas. O
primeiro foi Rose, ex-affair de Brason, antes criada agora dama de companhia.
Na estreia da personagem era cedo demais para trazerem alguém para Brason, os
produtores também viram isso e retiraram a moça quase que imediatamente. Agora
nessa segunda vez com certeza será um plot melhor trabalhado. E não quero ficar
pensando muito, podem ter se passado muito tempo na série, mas se forem tentar
substituir a meiga e amável Lady Sybil, tem que ser um trabalho extremamente
meticuloso. Mas se acontecer, com certeza será um assunto bem cuidado.
Dou todos os créditos do mundo a
esse episódio que apesar de focar em Mary, retratou os dramas de quase todos os
criados e senhores, trazendo vários pilots que se reuniram em um significado
filosófico, ressaltando a emoção que o episódio quis propor.
O Valentine Days em um episódio de luto foi ousado. Porém de forma
sutil e romântica foram colocados o doce amor de Mr. e Mrs. Bates. O quadrado
amoroso cada vez mais confuso de Jimmy, Ivy, Daisey e Alfred, se tornou
quinteto, graças a Mrs. Patmore. Uma Edith tão madura e diferente da primeira
temporada parece ter sido contemplada com seu merecido amor, o Gregson. Apesar
da família ainda não saber o estado civil do alemão, torço muito para
que Edith lute por esse amor e que ele não a abandone no altar. Afinal, uma
dessas ladys precisa ser feliz.
Notas:
- Mais alguém não sentiu 5
centavos de saudades de O’Brien?
- Fiquei perplexa com a babá
West! Pensei que fosse apenas mais uma infantilidade de Thomas.
- Que saudade do Matthew e Sybil!
- Alguém arruma um emprego para o
Molesley, por favor! Que vida sofrida é aquela?
- Por um mundo por mais amigas
como Mrs. Patmore!
Nos vemos na próxima review! Não se esqueça de
deixar seus comentários sobre o episódio nos comentários.
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