Uma família se muda para a casa
dos sonhos, mas nem tudo são flores, e a família começa a presenciar situações
paranormais. Assustados com os eventos chamam especialistas para ajudá-los a se
livrar desse mal. Roteiro original? Nenhum pouco, você consegue achar milhares
de filmes com a história parecida. Mas eis que surge James Wan para dirigir e
isso, com certeza, foi o que transformou um roteiro batido em uma obra prima.
Somos
apresentados, no começo do filme, a Ed e Lorraine Warren, um casal que investiga
casos paranormais. E conhecemos o caso da boneca Annabelle, que é um canal para
manifestações paranormais. A boneca em si já é bastante assustadora, sendo
ainda possuída por uma entidade, é demais. Já teria dado um jeito nessa boneca
faz tempo, na verdade eu nem teria aceitado esse presente, muito menos
permitido um espírito de possui-la, mas enfim. E enquanto conhecemos mais sobre o trabalho
e a relação do casal, vemos como as manifestações na casa vão se tornando mais
macabras. Uma das melhores sacadas do roteiro está exatamente ai, na forma como
conseguem dosar muito bem as duas histórias, não deixando que uma ganhe mais
destaque, e nos deixando envolvidos tanto com o casal quanto com a família.
Depois de ficar presa no porão,
numa sequência maravilhosa de sustos, Carolyn, mãe da família, decide então
pedir ajuda ao casal. Lorraine é uma médium e percebe que as entidades estão se
alimentando do medo da família, e não largarão eles com facilidade. E é a
partir de então que o filme fica fantástico. O erro da maioria dos filmes de
terror atual sobre entidades/espíritos é arrastar uma investigação simples
durante todo o filme. Isso deixa o filme chato e na maioria das vezes a
explicação é fraca e forçada. Aqui não, a investigação é rápida e em uma cena
já sabemos tudo que aconteceu na casa e porque, dando espaço então para a
grande pergunta: Como livrar a família dos espíritos?
Um
exorcismo, claro, mas a Igreja só faz isso com provas. Então todos eles
partiram para tentar gravar, fotografar ou capturar de alguma forma algo que
possa ser usado. Claro que não ia ser nada fácil, afinal, fantasmas são tímidos
e não gostam de aparecer em fotos por ai. Claro que após o filme, nunca mais
estenderei um lençol no varal ou olharei dentro do meu guarda roupa com
tranquilidade novamente, mas valeu a pena.
O
elenco por si só já salvaria qualquer filme, Vera Farmiga está brilhando no
papel de Lorraine, e nos deixa tanto com medo quanto emocionados em varias
cenas, apaixonado por ela cada vez mais. Patrick Wilson muito bom como sempre,
e pelo que parece está virando o queridinho do James Wan, espero que isso se
transforme em algo tipo Deep/Burton. Lily Taylor me surpreendeu no filme, embora sua personagem seja bem apática. E pobre Ron Livingston, quase teve que brigar para aparecer nas cenas.
O filme usa e abusa do terror
psicológico, os momentos de tensão que antecedem os sustos são muito bem
utilizados e você tem que ficar alerta todo o tempo para não ter um infarto. Adorei
a forma de não utilizarem muitos efeitos especiais para assustar, a maioria dos
sustos são feitos com coisas simples, homenageando as antigas e eficientes
formas de assustar. James Wan está salvando um gênero que estava quase morto, (lembrando
que ele foi o diretor do ótimo Sobrenatural e da sua sequência que estreou esse mês nos EUA) sua ótima forma de criar tensão e timing
perfeito para os sustos fazem desse filme um dos melhores dos últimos
anos. Super indicado, e se não puderem ir ao cinema, assistam
sozinhos, no escuro e com o som BEM ALTO.
"Você tem um monte de espíritos aqui mas há um que eu estou mais preocupada, porque é tão cheio de ódio" - Lorraine Warren
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