O
Símbolo Perdido, publicado pela Editora Sextante aqui no Brasil, traz Robert
Langdon, convocado por um velho amigo maçom chamado Peter Solomon, para dar uma
palestra no Capitólio dos EUA. Mas, logo descobre que o convite era uma farsa e
que seu amigo Peter corre perigo e Langdon precisa desvendar os misteriosos
símbolos ligados à maçonaria, que levam a um tesouro escondido para salvar sua
vida. Porém, este tesouro, pode ser extremamente perigoso de ser revelado, pois
concede o poder dos “Antigos Mistérios” a quem o possuir.
A marca registrada de Dan Brown, ou seja, uma história com simbolismos, crenças e culturas está presente de forma marcante nesse livro também. Assim como sua narrativa, que pode ser considerada repetitiva por muitos, continua intacta nessa obra: Uma perspectiva de romance, Langdon correndo para desvendar mistérios loucamente (só que dessa vez em Washington), os mistérios envolvendo os símbolos e a condição humana, debates filosóficos, figuras imponentes no cenário político combatendo o moçinho, uma trama alucinante que só Dan Brown poderia manter o ritmo. Eu gosto da escrita e narrativa de Brown por um bom motivo: Ela funciona. Você não cansa de ler, é certeiro.
O que eu senti ao ler
“O símbolo perdido” foi que Dan Brown apesar de esboçar ser defensor da
maçonaria através dos, sempre presentes, argumentos de Langdon, evitou criar
grande polêmica entorno disso e nós, leitores, ficamos com aquela saudade dos
debates ardentes entre Ciência Vs Religião travados em Anjos e Demônios. Afinal, as discussões presentes em “O Símbolo
Perdido” não chegam nem perto dos outros dois sucessos do autor. Langdon
defendeu a maçonaria e contrapôs a visão extremamente errônea que muitos têm
sobre o assunto, porém, parou por aí. Mesmo assim: Obrigada, Tio Brown!
O autor arrisca ao
citar a noética (um ramo da ciência que estuda a alma e consciência humana em
uma pesquisa feita por Katherine, a irmã de Solomon) sob o olhar cientifico com
a especulação de que tais pesquisas podem mudar o mundo. Porém, não sai da
especulação e deixa o leitor com aquele gosto amargo de quem espera muito a resposta
de algo e o autor não responde. Senti falta disso, porém nesse caso, eu peço
que você ligue o seu “imaginômetro” e pense: Como seria o mundo se a alma, a
consciência humana tivesse efeito sobre a matéria física? Tudo muda de figura e
não precisa ser nenhum Brown para saber que isso mudaria todo o panorama
mundial.
Mas Dan Brown, como eu
já citei acima, não perde a mão. Sua obra, com todos os “poréns” e “emboras”,
consegue prender o leitor ao livro e instiga a querer saber o que acontecerá a
seguir! O elemento que mais me chamou a atenção? O vilão: Mal’akh. Um homem com
o corpo completamente tatuado, forte, alto, com inúmeros conhecimentos de
simbologia e dono de uma inteligência admirável (e doentia). O autor acerta em
cheio na forma como escreve o vilão, sua personalidade e seus motivos. Quem era
Mal’akh para mim, foi uma das artimanhas mais geniais do livro. Típica coisa
que te pega de surpresa e você fica tipo “Oi? Como? Pera... Vou ler de novo!”.
Amei! Confesso, esperava mais do Símbolo propriamente dito. Fiquei decepcionada
e sim, esperar um livro todo acerca do assunto e ver que o símbolo perdido é
secundário dentro de um todo é tenso de aguentar. Particularmente, acho que a
noética deveria ter sido mais explorada na história, afinal, ela foi mais
interessante do que o tão enigmático Símbolo Perdido.
Como um todo, um livro
clássico e característico do autor. Não é sua melhor obra e, eu indico a não começar
a ler Dan Brown por ele. Se você nunca leu Brown antes, comece por “Anjos e
Demônios” (e amaldiçoe o filme depois de lê-lo) ou “Ponto de Impacto” que, para
mim, ainda são os melhores do autor. Mas se você, assim como eu, já é fã: Leia sem medo de ser feliz. É mais uma obra para se deliciar e mergulhar
do universo simbologista que apenas ele sabe escrever com maestria.
P.S: Depois do fiasco
da adaptação de “Anjos e demônios” para o cinema, onde eu queria cortar meus
pulsos a cada insulto feito à obra de Brown, eu espero que a adaptação deste
seja melhor, ou ao menos digna. Ou que os diretores sigam o livro como
roteiro...

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